JESSÉ SOUZA

Faixa de pedestre era motivo de orgulho, mas agora é cada um por si

Condutores não respeitam mais faixa de pedestre, colocando a vida das pessoas em risco (Foto: Divulgação)
Condutores não respeitam mais faixa de pedestre, colocando a vida das pessoas em risco (Foto: Divulgação)
Condutores não respeitam mais faixa de pedestre, colocando a vida das pessoas em risco (Foto: Divulgação)

A questão do trânsito é um assunto que diz respeito a todos, por isso sempre há grande repercussão quando o tema é tratado. Dos e-mails recebidos, um chama atenção: o da leitora Keila Maria, que comentou a respeito de condutores de veículos que não respeitam a faixa de pedestre que dá acesso ao shopping do bairro Cauamé, no trecho urbano da BR-174 norte.

A sugestão da leitora seria a instalação de monitoramento eletrônico por meio de câmeras para multar quem excede o limite de velocidade, coibindo os excessos por meio de multa aos transgressores. De fato, os cidadãos já perceberam que não basta apenas educar e conscientizar, pelo menos da forma que vem sendo feita ao longo dos anos.

Muitos passaram a defender o endurecimento na fiscalização por meio da instalação de “pardais” como forma de coibir o excesso de velocidade, visando reduzir o grande número de acidentes de trânsito. Tudo indica que realmente essa seja a decisão mais apropriada para esta pandemia que se tornaram os constantes acidentes de trânsito não só na Capital.

Até os críticos perceberam isso, inclusive vereadores que criticavam abertamente a instalação de monitoramento eletrônico não se sentem mais à vontade para jogar a opinião pública contra a instalação de radares, pois a sociedade está percebendo que a medida é necessária especialmente nas avenidas de grande fluxo para controlar melhor o tráfego.

E não só isso. As autoridades de trânsito precisam acompanhar o cotidiano da imprensa que tem relatado acidentes de trânsito diariamente por causa da imprudência dos condutores e, nesses últimos dias, recorrentes casos provocados por condutores não habilitados. Isso precisa ser olhado com muita atenção.

Em vez de incentivos para que as pessoas tirem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Roraima os deputados aprovaram o reajuste no valor para tirar o documento, mostrando a falta de sintonia entre o que as autoridades pensam e a realidade do cotidiano do roraimense que vai às ruas com seus veículos sem estar habilitado.

É necessário que se tomem medidas mais drásticas para mexer no bolso dos transgressores, a exemplo da instalação de radares, mas também é necessário adotar outras medidas a fim de melhorar a mobilidade urbana, incentivar os não habilitados para que tirem CNH e ainda para que regularizem seus veículos.  Não dá mais para ficar esperando uma solução cair do céu.

Os reflexos desse desordenamento são vários. Os hospitais, por exemplo, enfrentam superlotação devido ao grande número de pessoas acidentadas, demandando mais recursos em cirurgias ortopédicas e internações que poderiam ser evitadas. Isso sem contar com a grande demanda por reabilitação de pessoas que ficaram com sequelas, muitos delas irreversíveis.

O tempo urge. Os pedestres não conseguem  mais confiar na faixa de pedestre porque o condutor se brutalizou e perdeu aquele senso de civilidade que havia há algum tempo na Capital, quando obedecer a faixa de pedestre era motivo de orgulho do boa-vistense, ato que maravilhava os visitantes que viam o condutor parar mediante uma faixa. Agora é cada um por si e a imprudência contra todos.  

*Colunista

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