Jessé Souza

Republica dos Canalhas 2927

República dos CanalhasO impeachment de Dilma Roussef revelou a forma competente de como uma gangue de políticos, que se apoderou dos cofres públicos do Brasil, age para salvar sua pele da polícia e da Justiça, a fim de se manter no poder e continuar dilapidando o bem público.

Chame como quiser: golpe parlamentar, farsa política, manobra congressual com lastro do Supremo Tribunal Federal (STF) ou conluio de corruptos…  Enfim, manter Michel Temer no poder representa tudo isso e com a nítida finalidade de lançar Dilma como “boi de piranha”, coincidentemente muito semelhante ao que diz a gravação do senador Jucá nos autos do processo da Operação Lava Jato.

Se ainda restam dúvidas, então vamos desenhar com laranjas (calma, senador, laranjas sem aspas):

1 – Caçaram (de caçar mesmo) e chutaram a Dilma do poder a acusando de grave crime contra a administração pública, aprovando seu impeachment em um longo processo que começou muito antes, com a TV Globo insuflando a população a ir para as ruas, logo depois de a então presidente ganhar a eleição para o segundo mandato.

2 – Depois de cortar o seu pescoço por acusação de crime e arrastar seu corpo pelo plenário da Câmara, em um show bizarro no lugar do Domingão do Faustão, e depois no Senado, com aval do Supremo, então os senadores decidiram que Dilma não deveria ser punida com a inabilitação a cargos públicos, como determina a Constituição Federal, como se fosse uma autopenitência por parte dos senadores e um agrado de sobejo a Dilma por ela ter resistido até o último instante, não sendo um Collor da vida, que renunciou, nem um Getúlio Vargas, que se matou.

3 – Aos que defendem que tudo foi dentro das leis e das normas, então um questionamento importante: se não foi golpe (farsa, manobra ou conluio), se o impeachment foi mesmo uma punição a altura para uma presidente que cometeu crime, então por que essa condolência dos senadores e essa manobra com aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para não puni-la por completo, não  tirando o direito de ser nomeada a cargos públicos e de se candidatar novamente?

Por esses longos dias de processo de impeachment, pudemos ver os atores construindo e estabelecendo oficialmente a Era da República dos Canalhas. Só não enxergou quem não quis ou tem alguma dificuldade em visualizar a realidade da política brasileira.

E essa gangue quer alimentar uma Plutocracia, ou seja, um poder exercido pelo grupo mais rico, concentrando o poder nas mãos da elite econômica, estabelecendo uma profunda desigualdade de renda e sem mobilidade social. Obviamente que a corrupção será o esteio dessa política que esquarteja seja quem for para que os canalhas continuem no poder.

*JornalistaAcesse: www.roraimadefato.com/main