AFONSO RODRIGUES

Risco calculado

“A vida é para quem topa qualquer parada, não para quem para em qualquer topada”. (Bob Marley)

Os bravos não temem os riscos. Se encaram, o risco, ele perde a característica de risco. Passa a ser mero obstáculo. Perde o poder de intimidação que tem sobre os fracos. Todo fraco desiste logo que se defronta com o risco. Vem daí a assertiva de que “Desistir é tão fácil que qualquer idiota consegue fazer”. Todo fracassado tem medo de fracassar. Os persistentes não temem, nem os riscos, nem o fracasso que poderia vir deles. São pessoas que sabem que não há sucesso sem riscos de fracasso. Por mais que digamos isso aos pessimistas, eles preferem bater em retirada quando o risco se aproxima. Riscos e obstáculos são degraus da escada que tanto pode levar você ao sucesso quanto ao fracasso.

Você escolhe a escada que lhe convém. E você escolhe o fracasso quando decide desistir da luta. A vida não ensina a fracassar. Ela sempre aponta o caminho para o sucesso. Faz isso quando põe dificuldades no seu caminho. Cabe a você aprender a ver as dificuldades como dificuldades e não como impedimentos. Como vê, tudo depende de como você vê o que vê. E nessa “corrida dos ratos” você não consegue sair da roda giratória. É quando passa a endeusar e criar mitos que vão fazer de você um cultivador de folclore.

Estamos todos curvados diante do heroísmo dos nossos paratléticos nos campeonatos. Os vemos como verdadeiros heróis, não em função das medalhas, mas pela sua deficiência física. Se se for analisar bem, eles não são heróis. São pessoas superiores aos inferiores que não conseguem ver suas deficiências como um motivo a mais para lutar. Acredito piamente que nós podemos até onde achamos que podemos. Já conhecemos as palavras do Henry Ford: “Se você acha que pode, você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. Nunca desista daquilo a que você se propôs. Não importa o tempo que você leve até conseguir o que quer. Se você persistir, um dia irá conseguir. Quando estiver a ponto de desistir, avance. Talvez você esteja voltando no momento exato em que a maré está virando. E nesses casos, as braçadas no nado de volta serão mais cansativas do que as da ida. Há um exemplo jocoso já mencionado por aqui. É o daquele cara que disputava, a nado, a travessia de um canal. Em dado momento ele não resistindo mais, perguntou quantos metros faltavam. Faltavam cem metros. Ele resolveu desistir. Não aguentava mais. Por mais que seus assistentes insistissem, ele foi irredutível, deu a vota e nadou os novecentos metros de volta. Mesmo não acreditando, fazemos isso todos os dias. Pense nisso.

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