O Estado de Roraima encabeça a lista divulgada pelo Mapa de Segurança Pública 2024 que aponta que 14 estados apresentaram aumento no número feminicídios na comparação de 2022 e 2023, com um aumento de 100%, passando de 3 para 6 casos. Dez estados apresentaram redução desse tipo de crime. Como todas as vidas importam, a estatística é a ponta da constatação de que o Estado roraimense é um lugar perigoso para as mulheres.
Outro número que mostra mulheres em perigo é o que diz respeito às vítimas de lesões corporais seguidas de morte, que foram majoritariamente do sexo masculino no país, (91,2% dos casos), entretanto, em Roraima, 25% das mortes provocadas por lesões corporais, em 2023, foram de mulheres, passando de 2 para 8 casos, conforme foi reportado pelo Estado.
No caso de estupro, embora tenha sido registrada uma redução de casos, passando de 728 ocorrências, em 2022, para 573, em 2023, uma queda de 21,29%, ainda é grande o número de mulheres vítimas desse repugnante tipo de crime: do total de 573 casos registrados no ano passado, 504 vítimas eram do sexo feminino.
Com relação aos casos de mortes a esclarecer sem indício de crime envolvendo mulheres, Roraima também está em segundo da lista dos estados que possuem percentuais mais altos do que a média nacional: Piauí com 37,5% e Roraima com 30,8% de mortes de pessoas do sexo feminino.
Os dados que podem ser considerados positivos em relação às mulheres, dentro desse quadro de violência crescente, referem-se ao registro de uma queda no número de homicídios dolosos, conforme o Mapa da Segurança Pública, passando de 15 casos no ano de 2022 para 11 em 2023.
As estatísticas são reflexos do que podemos ver quase que diariamente, na crônica policial roraimense, com registros de casos de mulheres vítimas de violência doméstica, estupro, homicídio e outros crimes. O ano de 2024 começou com crimes bárbaros, que seguem nos dias atuais, sendo o mais recente o cometido contra uma adolescente de 17 anos, morta a tiros no Sul de Roraima.
As estatísticas existem não apenas para provocar reflexões ou para a sociedade sentir os reflexos da criminalidade, mas principalmente para orientar ações e intervenções das autoridades para prevenção e melhoria da sensação de segurança da população, conforme bem frisa o documento logo em sua introdução.
E o que estamos esperando? Que mais pessoas morram e os casos virem escândalos nacionais?
*Colunista