RUA GRÃO-MESTRE CLÁUDIO BARBOSA DE ARAUJO
Antiga Rua Poente, no Conjunto Cruviana – Bairro Equatorial.
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Cláudio Barbosa de Araújo nasceu em Boa Vista em 1928. Era filho da senhora Ilda dos Inocentes Barbosa e do senhor Manuel Barbosa de Araújo.
O Patriarca da família, Manuel Barbosa de Araújo, veio do Estado de Sergipe para Boa Vista no início de 1901 em busca de novas oportunidades de trabalho, e passou a trabalhar como cortador de carne no antigo e primeiro Mercado Municipal de Boa Vista, à época instalado no final da Avenida Jaime Brasil, esquina com a Rua Floriano Peixoto, Centro. Tempos depois adquiriu o próprio box de venda no mercado.
Manuel Barbosa casou-se em Boa Vista com a senhora 𝗜𝗹𝗱𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗜𝗻𝗼𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗕𝗮𝗿𝗯𝗼𝘀𝗮, com a qual teve os filhos: Cláudio, Braulino, Walverde, Valério, Waldina, Waldecírio, Warloman e Vivaldo.
E, em outros relacionamentos conjugais, teve os filhos: Érico Veríssimo, Estefânia, Bráulio, Eretúzia, Raul, e Manoel Barbosa de Araújo (este tinha o mesmo nome do pai e foi apelidado de “Caxambu” , um vendedor ambulante em Boa Vista).
𝗧𝗼𝗱𝗼𝘀 𝗼𝘀 𝗳𝗶𝗹𝗵𝗼𝘀 𝘁𝗶𝗻𝗵𝗮𝗺 𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲𝗻𝗼𝗺𝗲: “𝗕𝗮𝗿𝗯𝗼𝘀𝗮 𝗱𝗲 𝗔𝗿𝗮ú𝗷𝗼”.
Quando o patriarca Manuel faleceu em 1946, a responsabilidade da numerosa família ficou a cargo do filho 𝗖𝗹𝗮𝘂𝗱𝗶𝗼 𝗕𝗮𝗿𝗯𝗼𝘀𝗮 𝗱𝗲 𝗔𝗿𝗮𝘂́𝗷𝗼. Na época ele tinha apenas 18 anos, e não havia muitas oportunidades de emprego para um jovem naquela idade. Até a maioria dos adultos tinha ido para as regiões de garimpo, devido à falta de trabalho lucrativo na cidade.
Claudio Barbosa precisava trabalhar, então procurou o Serviço Especial de Saúde Pública – SESP-, que estava contratando pessoas como Agentes de Endemias para trabalhar na erradicação da malária. Era um trabalho pesado, mal remunerado e com risco à saúde. Mas, era o serviço que havia à época. Claudio inscreveu-se e foi aceito porque viram nele um forte caráter e a grande responsabilidade familiar que lhe pesava nos ombros. O contrataram como “praticante” (auxiliar).
Para realizar o serviço, o Claudio Barbosa carregava nas costas um pesado equipamento com uma bomba para borrifar o pesticida DDT (Dicloro-Difenil-Tricloretano) nos quintais das casas, fossas, margens dos igarapés, beira-rios, etc., com o objetivo de combater o mosquito anofelino transmissor da malária.
O problema é que o pó do veneno, mesmo misturado à água na bomba, era absorvido pelas vias respiratórias e pela pele da pessoa que estava borrifando, o que causava coceira, problemas nos pulmões, e até câncer.
Cláudio Barbosa iniciou em 1946 como auxiliar, e em 1949 foi promovido à Guarda-Chefe. Tempos depois foi transferido para a Seção de Material do Governo, onde passou a exercer a função de Armazenista. E, quando houve concurso público foi aprovado para o cargo de Almoxarife.
Em 1976, Cláudio Barbosa aposentou-se, por idade, na função de Agente Administrativo.
Na juventude, Claudio Barbosa foi um bom jogador de futebol, atuando como zagueiro pelo Atlético Roraima, do qual foi um dos fundadores, e tempos depois jogou pelo Rio Branco Esporte Clube. Quando parou de jogar se tornou Juiz de Futebol, mas por pouco tempo, pois não tinha muita paciência para ouvir desaforos.
Quando se aposentou do serviço público foi convidado para fazer parte da primeira Banda de Música do Território Federal de Roraima, sob a regência do maestro Caubi Morais Mota – um dos diretores da Guarda Territorial.
Claudio Barbosa tocava clarinete e Saxofone. E, quando não havia compromissos oficiais, os componentes da Banda tocavam nas festas que ocorriam nos clubes, nas ruas – por ocasião do carnaval-, e até nas inaugurações de obras do Governo.
Em 1981 a Prefeitura de Boa Vista criou a sua Banda Municipal, e convidou o músico Claudio Barbosa para fazer parte. Ele permaneceu nesta Banda até 1995, quando se aposentou de toda e qualquer atividade.
Claudio Barbosa era Mestre Maçom no Grau 33º. Iniciou na Loja Liberdade e Progresso nº 1, no dia 05/08/1972. Além de Venerável Mestre, exerceu todos os cargos, presidiu todos os Graus e participou da fundação de varias Lojas, além de haver sido um dos fundadores da Grande Loja Maçônica de Roraima em 1981, e da Grande Loja de Rondônia em 1982. Foi também um dos fundadores da Loja maçônica “Estrela de Roraima nº 188”, da cidade de Santa Elena de Uairén, na Venezuela.
Claudio Barbosa, na maçonaria roraimense, foi Eminente Grão-Mestre-Adjunto na gestão dos Grão-Mestres Kildo Albuquerque de Andrade (1999 a 2002), e na do Grão-Mestre Ademir Pinheiro Viana (2002-2005). E, foi Grão-Mestre titular no período de 07 de abril a 20 de agosto de 2005 da Grande Loja Maçônica de Roraima.
Cláudio Barbosa de Araújo faleceu no dia 10 de Março de 2010, no Hospital Geral de Roraima deixando viúva a senhora 𝗘𝗹𝘇𝗮 𝗕𝗿í𝗴𝗹𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝗔𝗿𝗮𝘂𝗷𝗼, e órfão os filhos: Elzete de Araujo Catanhede, Claudete Bríglia de Araujo Klusener, Hilda Ana de Araujo, Elza Ana, e Cláudio Barbosa de Araujo Filho, além de 10 netos e 7 bisnetos.
A Câmara Municipal aprovou a Lei nº 1296, de 15/12/2010, publicada no Diário Oficial do Município de Boa Vista, de nº 2845, datado de 23/12/2010 denominando a antiga Rua Poente, n
o Conjunto Cruviana – Bairro Equatorial – com o nome de “𝗥𝘂𝗮 𝗚𝗿ão-𝗠𝗲𝘀𝘁𝗿𝗲 𝗖𝗹𝗮𝘂𝗱𝗶𝗼 𝗕𝗮𝗿𝗯𝗼𝘀𝗮 𝗱𝗲 𝗔𝗿𝗮𝘂𝗷𝗼”.