RUA JÚLIO TEIXEIRA RAMALHO Mestre-construtor dos primeiros prédios de Boa Vista Antiga Rua P-2 – Bairro Paraviana Francisco Cândido – “ Resgatando a memória para preservar a História”
A Rua Júlio Teixeira Ramalho, antiga Rua P-2, nasce na Avenida Minas Gerais e finda na Rua Rubelmar C. De Souza (no final da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, praticamente no início do Bairro Paraviana). O personagem desta sexta-feira, Júlio Teixeira Ramalho, era irmão de David Ramalho e foram, praticamente, os primeiros mestres construtores de Boa Vista. O irmão Davi Ramalho (era pai do ex-vereador Íris Ramalho). Júlio Ramalho, como era mais conhecido, nasceu em 1899, na cidade do Porto, em Portugal. Veio para Boa Vista em 1907, com a irmã Carminda e o irmão Davi Ramalho (nome de Rua, no Bairro Liberdade), acompanhado dos pais Domingos Teixeira Ramalho e Joaquina Rosa dos Santos. Vieram para cá a convite dos Beneditinos que estavam iniciando o primeiro serviço de catequização no vale do Rio Branco. Em Portugal a família de Júlio trabalhava na construção de casas e sobrados. Em 1920 chegou à Boa Vista, vindo da Itália, um mestre-de-obras, o religioso Irmão Gaspar, para construir a primeira torre da Igreja Matriz (Nossa Senhora do Carmo). Gaspar contratou os irmãos Ramalho e, a partir daí, construíram a Prelazia, o Hospital Nossa Senhora de Fátima (ao lado do GEC), Igreja São Sebastião, e tantas outras obras. Construíram todas elas do princípio ao fim, tanto da torre antiga da Igreja Matriz que tinha um galo em bronze acima dos sinos até construções de particulares como as residências do coronel Adolpho Brasil, coronel Dias, e tantas outras. Júlio e Davi Ramalho, junto ao pai, trabalharam diuturnamente para edificar Boa Vista. Quando chegaram nesta cidade, a maioria das casas era feita de barro, algumas cobertas com palhas e outras com portas de couro. Após o término dessas obras, os irmãos Ramalho deram início à construção da estrada que liga Boa Vista a Mucajaí (passando pela rua Professor Diomedes), com intenção de chegarem a Manaus. Com a turma de trabalhadores, conseguiram fazer o trecho até próximo onde hoje está o MAFIR. À época não se tinha trator ou pá-carregadeira. O serviço era manual, com carros-de-mão feitos de madeira e com material carregado em carros-de-bois. Depois disso, os irmãos se separaram para cuidar de suas famílias. O David foi para o Amajari, e o Júlio Ramalho para o seu sítio, chamado de “Porre”, na região do Itacutu. Júlio casou-se com a senhora JOSEFA ALVES DOS (REIS) RAMALHO, com a qual teve 03 filhos: Idelmocido, Iderocildo (ambos já falecidos) e o senhor IDELMO ALVES RAMALHO que está vivo (e muito bem de saúde) morando com sua família à Rua Cecília Brasil (quase ao lado da Padaria Goiânia), no Centro. O senhor Idelmo é um pioneiro no serviço público desde 1953. Foi um dos primeiros taxistas, trabalhou na Oficina do Governo, e em tantas outras repartições. Mas, somente em 03/12/1963, no governo do Dr. Assis Peixoto, é que ele ingressou oficialmente no serviço público, na Divisão de Segurança e Guarda (hoje Secretaria de Segurança) contratado como motorista. Dirigiu para muitos governadores e participou da vida política desta cidade, principalmente na época da famosa Coligação de partidos (1958). Idelmo Ramalho, filho do nosso homenageado de hoje Júlio Ramalho, é casado com a senhora Raimunda Cavalcante Ramalho (da família Magalhães), e com ela têm os seguintes filhos: Júlio Sérgio Cavalcante Ramalho (Capitão Ramalho – do Corpo de Bombeiros Militar); Jenner Ramalho (na Imprensa Oficial); Jander Ramalho (no Tribunal de Justiça); e Jadson Ramalho (na secretaria da Escola Estadual Pequeno Polegar – Bairro São Vicente). Deles descendem 06 netos. Júlio Teixeira Ramalho, faleceu no dia 27/061935. O vereador George Melo apresentou na Câmara Municipal um Projeto de Lei (aprovado por unanimidade) denominando a antiga Rua P-2, no Bairro Paraviana, como Rua Júlio Teixeira Ramalho. Jornalista e Radialista Reg. 060-DRT/RR [email protected] 01/09/2006