Pela primeira vez, neste governo de segundo mandato, está chegando a hora da verdade a respeito do enfrentamento a uma seca intensa. Foram quase quatro anos sem um verão de longa estiagem e, conforme as previsões dos institutos internacionais, está começando um super El Niño, que pode influenciar na previsão de recordes de altas temperaturas nos próximos quatro anos.
Conforme vem sendo assinalado em artigos anteriores, desde a primeira gestão, a atual administração do Governo do Estado ainda não foi testada em relação a sua capacidade e competência para atuar no combate e prevenção a queimadas e incêndios, nem para a seca principalmente em relação aos pequenos produtores.
Não é novidade que, historicamente, os políticos agiram com desprezo em relação aos efeitos de cada inverno e cada verão, jogando toda culpa e responsabilidade ao poder da natureza. Nos últimos três anos, não houve uma política efetiva de governo para prevenir os problemas do verão porque não tivemos uma seca intensa. No entanto, os dados apontam outra realidade.
Quando chegar o verão e a seca atingir as principais regiões do Estado, teremos queimadas descontroladas e incêndios em todos os municípios, que sempre enfrentaram sérios problemas, mas os governantes sempre encontram uma mentira, pois alegam que estavam ocupados com as chuvas a ponto de não terem nenhuma ação para o período de seca.
E assim vão usando a desculpa do poder da natureza e de Deus para não agirem com antecedência para antecipar um plano tanto para mitigar os problemas no inverno quanto no verão. Nos municípios do interior os prédios do governo que sediam as brigadas de combate a incêndios estão abandonados.
A verdade é que, mesmo em tempos de chuvas, o governo deveria estar planejando antecipadamente para treinar pessoal das brigadas de combate a incêndio e montar estratégias de prevenção. Mas não é isso o que ocorre, pois da mesma forma que eles agem quando está no período de fortes chuvas, também mentem a respeito do verão, sem qualquer estratégia para atuação.
É o ciclo vicioso da incompetência e do descaso. Se nada for feito para mudar esse comportamento de desleixo e irresponsabilidade com as políticas públicas, se realmente houver o maior El Niño de todos os tempos, teremos a maior tragédia ambiental, humana e econômica dos últimos tempos. E isso vem sendo dito por esta Coluna há um certo tempo.
*Colunista