Jessé Souza

Seculos de atraso 05 05 2015 945

Séculos de atraso – Jessé Souza* Quem assiste aos documentários sobre as grandes obras da antiguidade acaba se impressionando com a capacidade do ser humano há mais de dois anos, sem tecnologia e sem equipamentos. Os estudos arqueológicos mostram a engenhosidade das grandes obras executadas pelo Império Romano. Brasília, a Capital brasileira, foi planejada há cerca de meio século, mas quando se trata de sistema de esgoto e pluvial, além do abastecimento de água, não chega aos pés do que os romanos construíram. Na Europa, há mais de 150 anos, o prefeito Haussmann planejou Paris com esgotos, águas, estações de trem e grandes avenidas que funcionam até os dias atuais. Na realidade brasileira, nos deparamos como obras feitas sob o comando da política corrupta, de conveniência de grupos e de decisões dependem da canetada de quem está no poder. Na verdade, não há planejamento urbano quando os governos vão executar uma obra. Podemos sentir isso bem perto em Boa Vista ou em qualquer município roraimense. Senão, vejamos: primeiro asfalta-se a rua, depois abre-se vala para fazer o esgoto; demora-se até anos para que fechem o buraco, mas depois que ele é tapada e asfaltado, aí vem mais vala para o cabo de fibra ótica, ampliação da rede de água ou mesmo do esgoto. O problema aparece quando cai uma chuva qualquer, e nem precisa ser forte. E o inverno, em Roraima, tem época para começar e terminar, mas não há planejamento para se precaver, principalmente porque há muitas valas abertas. Enquanto isso, as obras romanas funcionam até hoje, a exemplo do sistema de escoamento de águas pluviais. Em administrações recentes, o Governo do Estado endividou os cofres públicos com empréstimo para ampliar a rede de abastecimento de água e do sistema de esgoto, obras que até agora não se mostraram eficientes. O teste final está por vir, no inverno que ainda não mostrou sua força, mas que poderá engrossar a partir do meio do ano. As chuvas mais fortes que caíram nas semanas anteriores já deram sinais dessa falta de planejamento crônica e que dão pistas de que novamente os serviços executados podem não funcionar. Então, é bom que o boa-vistense se prepare para o que virá. Desculpas esfarrapadas nunca faltarão para justificar os problemas e principalmente quando se trata da falta de planejamento. Enquanto isso, o contribuinte roraimense está pagando um preço muito caro pelo endividamento do Estado com obras que até agora não se mostraram eficientes. O que se espera é que o Estado de Roraima consiga sair desse atraso provocado principalmente por causa da corrupção. Basta olhar para a Antiguidade para perceber o quanto a pobre e podre política precisa evoluir.  *Jornalista [email protected]