“Para não ter que punir com frequência, a polícia deve punir com severidade”. (Napoleão Bonaparte)
Talvez ainda não tenhamos conseguido definir o termo severidade. Nada mais desagradável do que ouvirmos, frequentemente, pelos noticiários, que o bandido está sendo preso pela sétima vez. E os motivos pela sua sexta liberdade não são esclarecidos. Nem deveriam ser. Isso nos entristeceria na decepção. Será que ainda não estamos preparados para lidar com a criminalidade? Eu acho que não. Mas vamos continuar tentando abrir a mente dos responsáveis pela segurança. E o problema não é meu, mas dos orientadores. Certa vez fui criticado por fazer um comentário sobre a orientação dada ao policial sobre seu papel na responsabilidade no trabalho. E o comentário não foi uma crítica, mas um mero parecer.
À época eu falei sobre a diferença entre o comportamento do policial carioca, com a do policial paulistano. Eu estava me referindo a uma opinião minha sobre o comportamento nos trabalhos lá pelos anos setentas. Que eram bem diferentes dos de hoje. Eu falei que quando você se aproximava do policial carioca, na esquina, e lhe perguntava onde ficava rua Direita, ele respondia, com calma e delicadeza: “Siga em frente e entre na primeira rua à esquerda, que é rua Direita”. Se o encontro fosse em São Paulo, quando você se aproximasse do policial ele se perfilaria, e o atenderia cordialmente. Você perguntaria onde ficava a rua Direita e ele responderia cordial, mas bem severo, apenas apontando: Siga em frente e entre na primeira rua à esquerda. É a rua Direita.
A crítica veio porque o cidadão entendeu que eu estava dizendo que o policial paulistano era mal-educado. Quando na realidade eu disse que o policial paulistano era bem mais treinado do que o carioca. Que o problema não está no policial, mas no treinamento. E meu ponto de vista é que o policial bem treinado não é treinado para defender o cidadão, mas para combater o bandido. Uma inversão de valores que precisa ser considerada para as mudanças na sociedade. E não encararemos o problema enquanto não entendermos que tudo está na Educação que não é vista como Educação. Ainda não entendemos que: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhor a madeira”. Assim como lutamos e conseguimos separar o Ministério da Cultura do Ministério da Educação, deveríamos criar o Ministério do Ensino, para separar o Ensino, da Educação. Os dois são coisas absolutamente indispensáveis. O ensino vem da escola, mas a educação vem do lar. Os entendidos que me desculpem, mas não mudo de opinião. Pense nisso.
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