Tábua de pirulito A Avenida Mário Homem de Melo, responsável pelo fluxo de veículos do Centro aos bairros mais populosos da zona oeste, é a imagem fiel da lentidão do poder público municipal em trabalhar de forma ágil e competente para o bem-estar da população em período de inverno, quando os buracos começam a surgir no asfalto.
Com o intenso tráfego de veículos, aquela via tem graves problemas, a começar pela falta de drenagem, o que ajuda a facilitar o surgimento da buraqueira. Não precisa chover forte para vários trechos ficarem submersos, escondendo o grande número de buracos que nunca são reparados a tempo, provocando prejuízos aos condutores e complicações ao tráfego.
É incompreensível que não haja um trabalho preventivo, que se antecipe a ação do tempo para que os buracos sejam reparados antes que as chuvas avancem e as vias sejam tomadas por crateras para, logo em seguida, se tornarem solo lunar (ou, para os mais antigos, “tábua de pirulito”).
Um exemplo que pode resumir essa falta de vontade para agir é a Avenida Carlos Pereira de Melo, a única que dá acesso ao bairro Cidade Satélite, que se tornou um dos mais populosos da Capital devido aos conjuntos habitacionais ali implantados, o maior deles o Residencial Vila Jardim.
Não se pode esquecer que essa via também é a única de acesso à residência da prefeita de Boa Vista, o que significa que, se ela está indo para casa todos os dias, com certeza não deve ser carro – quem sabe de helicóptero –, senão ela já teria percebido as condições ruins de alguns trechos.
Até que tentaram amenizar o problema naquela avenida e, por mais curioso que possa parecer, asfaltaram somente meia-pista por alguns metros, no trecho já perto de chegar ao Cidade Satélite. Com asfalto só pela metade, a buraqueira daquele trecho foi substituída por um desnível que pode provocar acidentes graves, principalmente com motociclistas.
O cenário de “tábua de pirulito” se repete em várias outras ruas e avenidas dos bairros mais populosos, uma vez que as operações tapa-buraco dão prioridade aos bairros mais centrais. E quem paga o prejuízo são os condutores de veículos, que enfrentam transtornos e prejuízos nas vias esburacadas, além de estarem sujeitos a acidentes.
Então, como não inventaram formas de esconder os buracos das vias públicas sem que eles estejam tapados, não há como negar a falta de prioridade para enfrentar esse sério problema, que atinge toda a população. No mínimo, uma inversão de prioridades na cidade das flores.*[email protected]: www.roraimadefato.com.br