AFONSO RODRIGUES

Talvez um dia sejamos

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Joaquim Barbosa)

O Ministro Joaquim Barbosa sabia exatamente o que estava dizendo. Mas deixemos a arenga pra lá e vamos refletir sobre o futuro dos nossos descendentes. E pensando nisso pensei em velhos tempos onde aprendi, e muito, como me preparar para os novos tempos. Deveríamos ser mais atentos para o futuro dos nossos filhos. E como iremos fazer isso se não nos prepararmos? Décadas, e muitas décadas, vimos caminhando pelas veredas ínvias da nossa educação. E não teremos a força necessária para nos prepararmos para um futuro melhor, se não nos educarmos para educar.

Durante a década dos cinquentas, do século passado, eu vivi bons momentos no preparo para o futuro. Eu morava em São Miguel Paulista, na zona leste da capital de São Paulo. Aos dezessete anos de idade, eu praticava judô, ali no “Clube de Regatas Nitro Química”. Tive grandes e bons relacionamentos, tanto no Clube quanto na sociedade. Conheci e me relacionei com grandes políticos e grandes artistas. Eu era vizinho do cantor Antônio Marco, e ele ainda era um pré-adolescente. Uma história bonita que logo contarei para você. O amigo Fernando Quintella conhece bem essa história que está no seu arquivo, do Jornal “Gazeta de Roraima”. Mas é outra história. E, como diria o apresentador da televisão: Vamos mudar de assunto?

Vivíamos à época, o famoso caso de “Golpe do vigário”. Que era aquele golpinho vagabundo em que só os otários caíam. Em frente à nossa casa, em São Miguel, tinha uma delegacia de polícia, que hoje é um posto de saúde. O número de pessoas que ia à delegacia prestar queixa sobre os roubos de trocados, nas filas dos Bancos, não está no gibi. Certo dia, num pequeno grupo de conversa, o delegado falou que não estava mais perdendo tempo com as queixas, porque, se não houvesse otários não haveria vigaristas. Combinamos com o delegado e sempre refleti sobre isso.

O que nos leva a uma reflexão sobre os desmandos na política universal. Porque temos maus políticos? Porque eles são eleitos por analfabetos-políticos. Então vamos parar de ficar alimentando briguinhas comadrescas com fatos que poderíamos evitar, se fossemos preparados para a democracia. Ainda não nos ensinaram que política se faz, não se discute. Ainda não temos consciência de que somos nós, chamados de cidadãos, que pagamos as despesas absurdas voadas pela política. Vamos nos educar para viver educadamente. Somos responsáveis por nós mesmos. Ninguém tem que fazer por nós o que nós mesmos devemos fazer. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460

** Os textos publicados nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião da FolhaBV