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TANIA MAGALHAES 2044

Gente da nossa gente, personagens da nossa História.TÂNIA MAGALHÃES.

A memória histórica de Roraima está em parte na memória da nossa gente ainda viva. Mas, não há, efetivamente, um museu histórico ou um Instituto Histórico Geográfico com instalação em prédios em que se possa visitar para pesquisar. Ressalvo que podem até existirem teoricamente criados por Leis, mas não os vejo em pleno funcionamento.

Na prática, significa dizer que se alguém quiser buscar informações sobre a História de Roraima tem-se que recorrer à Universidade Federal de Roraima, onde há excelentes acervos de Teses e Monografias publicadas por seus professores. Pode-se também adquirir em livrarias locais alguns bons livros sobre o tema ou buscar em fontes primárias junto às famílias roraimenses que guardam lembranças dos seus entes queridos do passado.

Há, ainda, no Palácio da Cultura, que abriga a Secretaria da Cultura com seus Departamentos, equipes de profissionais que recolhem informações e registram fatos e personagens da nossa História. Assim, nesta busca pelo resgate histórico é que entrevistei na semana passada a senhora Tânia Magalhães de Alencar, filha do Agrônomo e Historiador Dorval de Magalhães.

Tânia Magalhães é roraimense e uma das filhas do casal Dorval de Magalhães e Áurea Magalhães (são 11 irmãos). Nasceu no dia 23/10/1948 e foi uma das finalistas da Turma de estudantes do Ginásio Euclides da Cunha – GEC, no ano de 1964. E, para dar continuidade aos estudos, já que à época, em Boa Vista, ainda não havia o que chamamos hoje de “2º Grau/ Ensino Médio”, ela foi estudar na cidade de Belém do Pará, onde concluiu o Curso Científico.

Em 1966 retornou para Boa Vista. E, em 1970 (13 de março) casou-se com o sargento e hoje coronel da Reserva da Aeronáutica, o paraense Jucival Terra de Alencar, com o qual tem o filho Eduardo Magalhães de Alencar (Analista de Sistemas) e que lhe deu um neto: Emanuel Dorval (hoje com cinco anos de idade).

A partir do casamento, Tânia Magalhães passou a acompanhar o marido nas viagens de transferências de uma unidade militar para outra e quando da realização de Cursos de Aperfeiçoamentos. Assim, foi para Belém/PA, Curitiba/PR, Recife/PE (onde nasceu o filho Eduardo, em 1976), e depois para Brasília/DF, em 1983, onde ela cursou a Faculdade de Sociologia (na UNB) e Especializou-se em Ciências Políticas.

Com as seguidas promoções na carreira militar do marido, e já Oficial da Aeronáutica, achou-se por bem retornar prá Belém do Pará, onde ele serviu até a sua Reserva militar como Coronel da Força Aérea. Então, o casal voltou prá Boa Vista, Roraima, em 1995.

De volta à Boa Vista, Tânia Magalhães foi convidada para exercer o cargo de Assessora Técnica da Seplan (Secretaria Estadual de Planejamento). E, a partir de 1996, passou a assessorar o casal político Neudo Ribeiro Campos e Suely Campos.

Atualmente a Tânia Magalhães é a Diretora da Biblioteca Pública (que funciona dentro do Palácio da Cultura), cargo que ela assumiu em janeiro de 2015 e, neste ano de 2016, foi eleita para presidir o Conselho de Cultura do Estado de Roraima.

A Biblioteca Pública de Roraima merece um registro a parte. Ela foi criada pelo Decreto nº 411, de 08/01/1969, e inicialmente funcionava em uma das Salas do prédio da antiga Secretaria de Educação, Cultura e Desportos (ali no Centro Cívico).

Em 1975, com a desativação da Biblioteca do Palácio da Cultura (onde hoje é o prédio da Assembléia Legislativa), os acervos bibliográficos foram compilados e ampliou-se o espaço físico do prédio.

Em 1988, o prédio da Biblioteca Pública/Palácio da Cultura, foi reformado pelo Governador Ottomar de Sousa Pinto e transformado na hoje Assembléia Legislativa do Estado de Roraima, no Centro Cívico. E, o acervo, com o efetivo de pessoal da Biblioteca Pública, foi transferido para o local onde hoje está a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – FEMARH, na Avenida Villeroy, no Bairro São Pedro.

Em agosto de 1993, atendendo ao clamor popular que pedia uma nova Biblioteca Pública, o Governador Ottomar Pinto construiu o atual Palácio da Cultura “Nenê Maccagi, onde está abrigada a Biblioteca Pública”, prédio este situado entre a Agência dos Correios e o BASA, no Centro Cívico.

No ano passado, 2015, a Governadora Suely Campos, por meio do Decreto 19.130-E, de 15/10/2015, denominou a Biblioteca Pública com o nome da antiga servidora a senhora “Delta do Carmo Gouvêia Coelho”, já falecida, e que foi por quase 50 anos funcionária da Biblioteca, onde nunca faltou um só dia.

A atual diretora da Biblioteca Pública, Tânia Magalhães, informou que a Biblioteca disponibiliza obras de autores roraimenses, assim como material histórico/geográfico do Estado, proporcionando acesso à leitura para pesquisas a toda comunidade roraimense.

E, quando se fala em leitura e literatura, há de se reconhecer os méritos do ex-presidente da Academia Roraimense de Letras, o escritor roraimense Dorval de Magalhães, autor de vários livros e da Letra do Hino da Polícia Civil e do Hino do Estado de Roraima. Ele nasceu no dia 17/02/1914 e faleceu no dia 09/02/2006.

Amanhã, quarta-feira, dia 17 de fevereiro de 2016, o Conselho de Cultura fará uma homenagem a Dorval de Magalhães, com exposição de seus livros e interpretações de suas poesias. O evento acontecerá às 10 horas na Sala da Videoteca do Palácio da Cultura.