Tempo do incerto e não sabido
Infelizmente, a verdade do Brasil atual é que não tem ninguém ligando para o bem-estar coletivo. Tudo é feito pensando em sobrevivência própria ou de grupos, de como conseguir se manter no poder e de como arrancar mais grana dos cofres públicos, mercantilizando tudo o que existe na política partidária.
Como a esquerda falhou, com Lula acabando com todo o projeto de movimentos sociais e reproduzindo tudo o que a direita corrupta já vinha fazendo com o país, ou seja, instituindo a corrupção dentro do PT e abandonando as lutas trabalhistas que haviam sido conquistadas desde a Constituição de 1988, os movimentos conservadores se fixaram.
Com os movimentos populares abatidos por apostar no lulismo, que só reproduziu a corrupção que os demais partidos de direita já vinham praticando, quem estava organizado passou a comandar o país: os religiosos, os ruralistas e os conservadores bancados por grandes corporações.
Dentro dessa realidade, a onda conservadora se fortaleceu, com os grupos organizados instituindo uma pauta baseada na moral e bons costumes, pois não existem mais pautas em favor dos trabalhadores, de movimentos sociais, que se encolheram como se insignificantes fossem, e das minorias.
Essa é uma realidade nacional, a exemplo do Estado de Roraima que está sem rumo, com um grupo tentando hegemonia a partir de suas demandas de interesse de grupos, mas com os cofres públicos já perto da falência, sem saber de onde tirar dinheiro para manter o básico, principalmente na saúde pública.
As reformas essenciais de governo nunca serão feitas porque, para conseguir a tal da governabilidade, é necessário manter os penduricalhos dos aliados, com secretarias servindo apenas para acomodar cargos, assim como estatais a exemplo da Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), que sequer consegue administrar o matadouro público.
Como o sistema político brasileiro ruiu, não se vê saída a curto prazo, até mesmo porque a reforma política foi feita com base em interesse pessoais, com os que estão no poder influenciando para que consigam se reeleger em 2018. Sendo assim, o poder econômico vai continuar dando as cartas porque não há um projeto de país que comece a partir dos municípios e do Estado.
O Estado de Roraima, por exemplo, sequer consegue resolver seus principais problemas, demonstrando que a política nacional expõe todos os seus reflexos na realidade local. E não será diante desta realidade incerta e não sabida na política brasileira que se pode esperar algo mais de um governo que sequer conseguiu colocar a casa em ordem, mesmo já chegando para seu último ano.
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