TER RAZÃO OU SER FELIZ
As pessoas vivem o dilema da tal “felicidade” esperando que ela nasça no outro, que ela caia do céu e que sua falta de atitude não seja levada em consideração nessa busca. Ficar sentado esperando o bonde da felicidade é a mesma coisa que esperar ganhar na loteria sem nunca ter jogado.
Quem ainda não ouviu a pergunta: Você quer ter razão ou ser feliz? É uma pergunta intrigante, mas sua resposta está envolvida por um mar de dúvidas. Todos nós, de alguma forma, buscamos a felicidade, mas erramos na forma de como buscá-la. Vivemos invertendo prioridades, se apegando a desculpas, terceirizando sentimentos e principalmente achando que a felicidade é para o outro e não para a gente. Isso é parecido com a história do jardim que só é verde na casa do vizinho e o meu jamais será como o dele, “síndrome da pequenez”.
A pandemia revelou o melhor e o pior das pessoas. O egoísmo foi aflorado e a saudade do olho no olho também, mas ao invés de buscarmos o equilíbrio, ficamos brincando de cabo de guerra para saber quem tem razão. O problema é que com a discussão vem a perda de tempo, surgem os arrogantes, prepotentes e tantas outros seres caracterizados por adjetivos que que estragam a forma de ser das pessoas.
Parece que os sentimentos bons foram esquecidos dando lugar apenas as mesmices e chatices. Estamos vivendo a era do “mimimi”, onde as pessoas arrumam e criam cenários para dizer que grupo A é mais importante do que o grupo B, que a cor ou religião trazem, por si só, a pecha de serem “seres menores” do que os outros. Uma verdadeira bobagem, pois gente é gente, independente de gênero, cor, credo ou o que for. Ao continuarmos criando grupos de “coitadinhos” também reforçamos a teoria de que temos pessoas melhores do que as outras e isso não existe na cabeça de quem tem ciência de que a escada que eu subo é a mesma que o meu colega pode subir. Que o verde do jardim é uma consequência do cuidado que tenho com ele. Que a minha vida será feliz ou não, independentemente do tamanho da minha riqueza.
Alguns vão dizer que eu sou louco ao fazer essas afirmações, mas esquecem que uma regra praticada pelo mundo parece controversa na escrita, mas verdadeira na prática: “Quem menos tem é quem mais da. Quem mais ensina é quem menos sabe”.
Todos podem ser o que quiserem ser, tendo foco, determinação, fé, humildade e gratidão as coisas, quase que por gravidade, acabam caindo em suas mãos. Claro que algumas oportunidades são mais bem aproveitadas pelas pessoas que tem atitude e aí, eu concordo que atitude seja um diferencial, mas não está mais presente ou menos presente em pessoas com cor x, religião y ou mesmo sexo z. Atitude é uma questão de foco no resultado, no objetivo traçado e nas ações realizadas. Quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve, inclusive o do fracasso.
Esses dias estive ministrando uma palestra motivacional e fui abordado por um dos presentes no final e ela me disse: “Sua palestra mudou a minha vida, não estava mais acreditando em mim. Estava entregue a sorte”. Quando cheguei em casa e brincando com o meu filho me veio a frase e junto uma reflexão. “É certo que a motivação é a criação de um motivo para agir, ou seja um motivo que desencadeará uma ação. E isso não está no palestrante ou em um facilitador de capacitações, está dentro de cada um de nós. O que o palestrante faz é disparar gatilhos que só você e mais ninguém e capaz de ativá-los”.
As pessoas esquecem que as palavras “TEM” poder. Saem e voltam para casa maldizendo o dia. Transferem suas fragilidades e inseguranças para os outros, sua falta de atitude sempre é causada pelo outro e o pior, não acreditam em si como a melhor obra já criada por Deus. Somos tão bons que já criamos uma máquina capaz de processar dados numa velocidade inimaginável, mas não conseguimos criar nada que substitua a emoção. Achamos que descobrimos os segredos do mundo, um lerdo engano, já que não conseguimos descobrir nem os nossos segredos.
Então felicidade é uma escolha? Um estado de espírito? Ou um ideal inalcançável?
Felicidade é saber agradecer por tudo que você é. É agradecer o novo dia, afinal de contas nem todos conseguem amanhecer. É ser humilde para dizer obrigado e até mesmo reconhecer um erro. Ser feliz é dar um sorriso, mesmo que sem um dente na boca, como é o caso das gargalhadas dados pelos nossos filhos que nem dente tinham quando novinhos. Felicidade é optar por acordar todos os dias e dizer que é mais um dia de vitórias e não um dia a menos na história da sua vida. Ser feliz é comemorar a conquista do outro para que você aumente o número de pessoas que irão vibrar com as suas. Ser feliz é ser gente, se conscientizar de que temos que nos espelhar no criador do mundo e não tentar imitá-lo se comportando como Deus ou professores Dele.
E ter razão é chato então?
Claro que não, desde que a sua opinião ou decisão não tenha que gerar como consequência a infelicidade de alguém. Ter razão só por ter, não vale a pena. As nossas decisões, discussões, argumentações tem que ter como base a coletividade. Nossas conquistas, muitas vezes são egoístas, não comemoradas e esquecemos que de alguma forma elas impactam a vida das pessoas. Então, tenha razão, mas não esqueça que o outro ao ver o mundo de forma diferente, não está 100% errado, as vezes são ângulos diferentes e merece apenas o respeito a opinião nos dois sentidos, pois ao ouvir simplesmente, não significa que você3 conseguiu escutar e essas é a diferença. A felicidade nasce do saber “ouvir”, mas principalmente, do traduzir as mensagens quando você aprende a “escutar”
Seja feliz, não só por você, mas também pelos outros. Seja feliz agradecendo a sua família pelo amor e história construída com ela. Seja feliz hoje e sempre, pois o passado é referência, o hoje é a construção baseada nas suas decisões do ontem, mas o futuro é resultado das suas escolhas, as de ontem, hoje e as que virão te desafiar no futuro.
Não esqueça a felicidade está em você e não do outro lado da rua.
Por: Weber Negreiros