Bom dia,
Hoje é terça-feira (29.03). Noutro dia um proprietário de veículo foi a uma loja de autopeças e comprou uma tampa de radiador por doze reais Uma semana depois ele precisou do mesmo acessório e voltou à mesma loja e teve de pagar trinta reais, um aumento em sete dias de 250%. Também quem vai aos supermercados de Boa Vista tem de encarar aumentos diários nos preços das principais mercadorias, especialmente daquelas que o consumidor não tem muita opção de comprar menos ou substituí-las por outras de menor valor. Na cabeça das pessoas comuns esse aumento desvairado parece incompreensível e quase sempre a justificativa recai sobre a velha ambição dos empresários por aumentar seus lucros.
Para os economistas esses movimentos contínuos de subida dos preços é consequência de um processo de desorganização do sistema de preços relativos, que caracteriza um ambiente de inflação generalizada. Na verdade é um processo que se realimenta por conta da atitude de autodefesa dos agentes econômicos que procuram minimizar as perdas. As empresas repassam aumentos de preços, mesmo antes de eles ocorrerem nos fornecedores, preocupadas com a reposição dos estoques. Já consumidores antecipam suas compras na expectativa de resguardarem o tanto possível o poder de compras de seus rendimentos.
Do ponto de vista de um governo liberal, a política econômica de combate a esse cenário de inflação se dá através do aumento das taxas de juros e do controle dos gastos públicos. Isso o governo de Jair Bolsonaro (PL) vem fazendo: os juros internos voltaram a ser um dos maiores do mundo e os gastos do governo federal estão sob absoluto controle, apesar das pressões da base aliada do governo. Mesmo assim, os preços não param de subir, até alimentados pela crise causada pela invasão das tropas russas no território ucraniano.
NO LIMITE
Será no próximo dia 02.04. Fontes da Parabólica dizem que os secretários Marcos Jorge (Fazenda) e Deilson Bolsonaro (Relações Federativas) só entregarão seus pedidos de exoneração no último dia do prazo fixado em lei para a desincompatibilização de ocupantes de cargos públicos que desejam disputar as eleições de outubro próximo. O primeiro deve disputar uma das vagas na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e o segundo quer ser deputado federal. Ainda não se sabe quem serão seus substitutos; se haverá critério técnico nas escolhas; ou se o governador Antônio Denárium (PP) atenderá pressões da base aliada.
LENTO RETORNO
Enquanto no mundo empresarial, dos trabalhadores da iniciativa privada e dos autônomos a vida já está em ritmo até mesmo maior do que antes da pandemia – para recuperar o tempo perdido-, na mansa vida do serviço público tudo caminha ainda preguiçosamente. Na Justiça, por exemplo, advogados reclamam que estão sendo prejudicados porque os processos não andam, e sem sentença, eles não recebem honorários. A coisa é mais complicada para os que vivem só de escritórios, sem ter o abrigo de órgãos públicos que lhes propiciam, nalguns casos, gordos salários.
SÓ AUMENTAM
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou os dados da arrecadação do governo federal relativos ao mês de fevereiro. Eles foram mais de 5% superiores a arrecadação do mesmo mês do ano passado. Tem sido assim durante todos esses longos meses de pandemia de Covid19. É um comportamento perverso, que combina queda no rendimento médio dos brasileiros e das brasileiras, enquanto os cofres estatais são cada dia, mais irrigados pelo dinheiro pago pelos contribuintes. Por isso não vá nessa narrativa dos governantes que alegam não ter feito mais por conta da Covid19. Ao contrário, alegando restrições sanitárias eles nivelaram por baixo o ritmo do serviço público, combinado mais receita com menos gastos.