Jessé Souza

Um cenario diferente na seguranca ja pode ser observado em bairros conflagrados 13156

Um cenário diferente na segurança já pôde ser observado em bairros conflagrados

Jessé Souza*

Após um recente artigo a respeito da insegurança, especialmente nas áreas conflagradas pelo tráfico, na semana passada, sob o título “O avanço do crime e a política dividida por policiais parlamentares”, publicado no dia 04 passado, no retorno a estes locais já se pôde perceber visualmente uma mudança para melhor, na manhã desta terça-feira.

No Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, ocorreu uma ação policial na noite de ontem, conforme os moradores relataram, que provocou um reflexo imediato na manhã de hoje, quando não se via mais a feira-livre da droga a céu aberto entre os blocos daquele conjunto, que havia se tornado uma rotina.

No bairro Caimbé, o clima é de aparente tranquilidade, com viaturas da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança rondando o perímetro daquele setor, inclusive foi possível ver uma viatura da Guarda Municipal. Como se sabe, aquele setor é um antigo conhecido desde o tempo das casas de prostituição que se estabeleceram por lá há mais de duas décadas.

Mas isso não significa uma vitória. A sociedade roraimense não precisa apenas de “sensação de segurança”. É preciso segurança de verdade, com a devolução da cidade para as mãos das famílias e dos cidadãos que pagam seus impostos, por isso têm o direito de ver as estruturas governamentais funcionando, especialmente na segurança, saúde e educação (não necessariamente nesta ordem).

É alentador saber que as polícias estão procurando acertar, mas a vitória só poderá ser comemorada quando o índice de violência cair, com o fim de cenas do Velho Oeste norte-americano à brasileira, nas ruas de Boa Vista, com bandidos em cima de seus “cavalos de aço” (motos), com revólver (pistola) na mão, caçando rivais para executar no meio da rua.

E quando as famílias puderem dormir sossegadas em casa e puderem sair em segurança para suas atividades a qualquer hora do dia e da noite, sem o risco de serem assaltadas na calçada da residência ou caminhando no meio da rua, ou mesmo quando se espera um ônibus para ir ao trabalho cedo da manhã, que é a hora sagrada do trabalhador assalariado.

A segurança pública só irá dar resposta efetiva quando estiver realmente organizada, com estratégias, e não apenas com viaturas e policiais sendo enviados para a rua apenas para dar “sensação de segurança” ou ficarem na disputa de “gato e rato” com pequenos traficantes ou abordando viciados (ou apenas suspeitos por ter uma aparência diferente) em via pública.

É isto o que a sociedade roraimense almeja em um Estado onde policiais são eleitos para mandatos legislativos, mas sem que isso seja revestido em benefício para a coletividade. E é isto que se espera desse governo que passou três anos sem uma política efetiva de segurança pública e que tenta mostrar algo em fim de mandato.

O contribuinte quer acreditar na política e almeja uma segurança pública a altura de um Estado com uma população pequena e uma Capital do tamanho de um bairro de qualquer grande cidade. Obviamente que é impossível zerar a criminalidade, mas é obrigação das autoridades torná-la a um índice aceitável, pois existem todas as condições para isso. Basta vontade política.

*Colunista