Já foram anunciadas tantas cifras para obras no Parque Anauá a ponto de ter se tornado uma missão difícil identificar o que foi realmente concluído e entregue, quanto foi gasto e o que falta ser realizado pelo Governo do Estado. Há quase um ano e meio, em 18 de abril de 2023, com a presença da ex-atleta Maurren Maggi, o próprio governador Antonio Denarium anunciou a autorização para o início das obras de reforma geral do parque que custariam R$ 139.357.561,82.
O que foi divulgado naquela data é que as obras incluiriam o Ginásio Totozão, inclusive as áreas externas, as pistas de arrancadão e de speedway, a piscina olímpica e o complexo de lazer. Pouca coisa avançou, pois as obras andam a passos lentos, inclusive causando transtornos e riscos de acidentes aos frequentadores. É possível notar obras com prazo de conclusão vencida, conforme uma das poucas placas que pode ser vista no local.
Essa placa instalada na entrada lateral, pelo bairro dos Estados, informa que a construção da pista de Speedway deveria ter sido concluída há mais de um ano, em 16 de julho do ano passado, cujo valor total seria de R$1,2 milhão. Outras obras também seguem sem conclusão, com o contribuinte sequer podendo identificar prazos e valores porque não há devida publicidade.
Em 25 de janeiro de 2023, o governo anunciou que havia entregado a revitalização da Praça Interativa José Renato Haddad, popularmente conhecida como Praça das Fontes, além da piscina olímpica, as quais integram o complexo de esporte e lazer do Ginásio Totozão. No entanto, já deve estar perto de completar um ano que a praça fechou novamente após passar 10 ano desativada, com as fontes desligadas, sem qualquer explicação. Para se ter uma ideia, essa obra custou R$ 5 milhões.
Não é crível que os órgãos de controle não deram, até o momento, nenhuma resposta aos seguidos anúncios de cifras milionárias, desde o governo passado, para estruturar o Anauá, o maior parque urbano de Roraima, sem que as promessas de tornar aquele local bem estruturado e moderno sejam cumpridas, apesar do volume de recursos públicos envolvidos.
Nem com a fachada há uma preocupação, pois a Praça das Fontes sequer funciona após gasto de R$ 5 milhões na reforma daquele importante espaço de lazer e visitação turística, como se fosse um valor irrelevante e as autoridades não devessem satisfação à sociedade. Até quando os órgãos fiscalizadores irão permitir isso?
*Colunista
