Jessé Souza

Uma controversa explicacao para um fato visivel ate para um leigo 13313

Uma controversa explicação para um fato visível até para um leigo

Jessé Souza*

Em um “direito de resposta” ao que foi publicado por esta coluna no dia 02, a respeito da controversa recuperação da RR-203, que dá acesso à Serra do Tepequém, no Município do Amajari, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) publicou, no dia 03, que a obra estaria sendo “fiscalizada com total transparência, pelo Tribunal de Contas do Estado, em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura” e que “todas as exigências técnicas estão sendo cumpridas rigorosamente”.

Apesar de, pela primeira, vez o governo ter dado satisfação sobre os trabalhos daquela importante rodovia para o desenvolvimento do turismo em Roraima, não procede a informação de que estaria “tudo bem”. Absolutamente não. A obra apresentou grave erros logo no início, quando foi concluída a recuperação de 1,1 Km de asfaltamento da rua principal da Vila do Paiva. O asfalto simplesmente estourou dois meses depois de o serviço concluído.

Chamado popurlamente pelos moradores de “asfalto sonrisal”, por se derreter facilmente, outros trechos apresentaram problema ao longo da subida e descida da serra. A empresa responsável prometeu refazer o asfaltamento da rua principal da vila, mas não cumpriu a promessa até hoje. Porém, deu início a marcação dos demais trechos onde o asfalto começou a estourar sequencialmente, para que assim seja recuperado. Ou seja, a obra sequer foi concluída, mas já vai passar por tapa-buraco.

Já que a Seinf citou em seu “direito de resposta” que o Tribunal de Contas estaria fiscalizando, então é hora daquele órgão de controle se pronunciar a respeito, pois é visível a péssima qualidade do asfalto, o que coloca em risco o investimento de R$10 milhões de recursos públicos (leia-se dinheiro do contribuinte) aplicados naquela obra que promete se deteriorar em curto espaço de tempo.

Se esta fiscalilzação realmente estiver ocorrendo, então deve ser apenas através de prestação de conta por meio de papéis, mas não com a ida in loco para atestar visualmente a qualidade do serviço. O que está sendo narrado no artigo de hoje pode ser atestado facilmente ao olhar de qualquer leigo que vá a Serra do Tepequém, cujo único acesso é exatamente a RR-203. Então, não há como não ver e atestar a situação.

É fato que a empresa retomou os trabalhos com toda intensidade no mês passado, após quase um mês de suspender os trabalhos e de ter sido cobrada pelos moradores. Pode até ser que realmente, nestes novos trechos, estejam sendo obedecidas rigorosamente “todas as exigências técnicas”. Mas o fato é que o asfalmento inicial está se deteriorando a olhos vistos meses depois de as obras terem iniciado.

Isso preocupa sobremaneira o contribuinte, especialmente aquele que mora em Tepequém e que vive do turismo, o qual sonha em ver aquela rodovia recuperada. Já que não há o investimento necessário dos governos no turismo, pelo menos a recuperação da estrada representa um alento, a fim de devolver a tranquilidade ao turista e amenizar os altos custos de quem investe naquela localidade.

Então, é hora de o TCE se pronunciar sobre isso, uma vez que foi citado pela Seinf, pois o governador Antonio Denarium foi lá algumas vezes para divulgar a obra de asfaltamento, mas parece que não foi levado para ver os graves erros apresentados logo na rua principal, sendo induzido a acreditar que realmente “está tudo bem”. Os empreendedores do turismo, a população de Tepequém e os turistas irão agradecer por esta fiscalização.

*Colunista