AFONSO RODRIGUES

Vamos com cuidado

Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza”. (Gaston Bouthoul)

Enquanto não formos suficientemente educados para entender isso, continuaremos pagando aos políticos para eles pensarem que estão nos pagando. Ainda não entendemos que somos nós, “cidadãos”, que pagamos as despesas na política. Quando você vai comprar o pão para o café da manhã, está pagando uma porcentagem de imposto. E é assim que o dinheiro é criado para todos os pagamentos governos. A coisa é tão simples que não nos ensinam. Ainda não nos disseram que o que recebemos nos nossos salários é penas o retorno do que pagamos nos supermercados. Mas, tudo bem, não vamos falar de política, mesmo porque não é minha praia. O que me levou a esse papinho sem gosto, foi o fato de eu ter assistido ao debate político, ontem, pela televisão.

O mundo todo vive os transtornos de uma política malformada. Ainda não entendemos que política não se discute, se faz. Nunca iremos mudar o mundo sem a política; nunca teremos uma política para as mudanças, se elas forem todas iguais; e nunca teremos uma política diferente se não formos capazes para respeitar as diferenças. O que nos leva a sermos mais cautelosos e respeitosos, nas próximas eleições. Espero, e acredito, que os próximos debates nos mostrem alguma diferença que nos leve à confiança no nosso voto. Mas para isso é necessário que nos preparemos politicamente, em termos de educação política, para lutarmos, pacificamente, pela nossa liberdade cidadã. E nunca a teremos enquanto formos obrigados a votar. Porque numa democracia o voto é facultativo. Não há democracia com obrigatoriedade no voto, nem voto obrigatório numa democracia. Sem o voto facultativo não teremos liberdade no voto.

Mas devemos primeiro fazer nossa parte, em busca da cidadania. O que exige educação. O que não no dão. Então vamos nós mesmos nos educar. Cada um por si, mas cada um respeitando o outro, sem briguinha comadrescas, nem blá-blá-blás vazios. Não vamos perder nosso tempo com demonstrações desastrosas de falta de política nas discussões desastrosas que recebemos através de maus exemplos internacionais. Vamos pensar no nosso Brasil, independentemente de que área estejamos ocupando no momento. O importante é que cumpramos nosso dever de cidadãos para merecermos ser cidadãos. E só o conseguiremos com o voto facultativo. E este, só o teremos com educação política e civilizada. Vamos prestar atenção à qualidade política dos nossos candidatos. Porque somos nós, eleitores, responsáveis pelos resultados nas urnas. Pense nisso.

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