AFONSO RODRIGUES

Vamos respeitar mais o nosso Gigante

“Brasil, esse colosso imenso. Gigante de coração de ouro e músculos de aço, que apoia os pés nas regiões Antárticas, e aquece a cabeleira flamejante na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse um pouco mais os braços, iria buscar a neve dos Andes, para com ela brincar nas praias do Atlântico”.

Há dois trechos riquíssimos e interessantes que não conheço os autores. O primeiro o li na capa do meu caderno, quando eu era criança. O segundo é esse que está aí encima. Não sei quem é o autor, porque o texto foi usado em um exame de datilografia, lá pelos anos de cinquenta e muitos. Mas, o importante mesmo é que prestemos atenção ao saber no que dizem os que sabem. Quando nos atentarmos mais para os ensinamentos que nos dirigem à racionalidade, respeitaremos mais este Colosso imenso, que é o Brasil. E por isso repito tanto, dizeres que nos orientam. O Rui Barbosa, por exemplo, nos manda esse recado: “Na situação do ensino primário está o termômetro mais seguro da civilização de um lugar”. E continuamos encarando o ensino primário como uma coisa primária. O desdém e desatenção ao ensino primário já nos trouxe aborrecimentos e prejuízos.

Muito embora essa outra fala do Rui Barbosa possa parecer uma crítica, não é. Na época em que ele escreveu esse trecho, a coisa já degringolava, não na educação, mas na falta dela. E quando vemos, através da televisão, atos violentos e descontrole nos comportamentos dos responsáveis pela ordem, devemos ler esse trecho do Rui Barbosa: “Não se obtém a disciplina, cimento dos exércitos e garantia do seu valor, pelos meios violentos, mas pela educação do soldado e pelo desenvolvimento de relações afetuosas ele e a oficialidade”. Não me leve a mal por estar muito ligado ao Rui Barbosa. O caso é que estou vendo que não estaríamos correndo tanto perigo se déssemos mais atenção a brasileiros que viveram nos dando ensinos através de seus pensamentos. Analise essa do Rui e veja se não estaríamos em situação melhor, se lhe déssemos mais atenção. O Rui Barbosa diz mais essa: “Uma instituição, que renega a lei de sua origem, é uma instituição periclitante”. E caímos nessa quando não seguimos nossa Constituição.

Já me criticaram por eu estar sempre falando do desrespeito ao nosso voto. Então vamos encerrar nosso papo com mais uma do Rui Barbosa: “A condição mais substancial do voto é a sua liberdade. Sem liberdade não há voto”. E só quando entendermos isso é que iremos lutar pela liberdade no voto. Porque até agora não a conseguimos, embora ainda pensemos que estamos votando por dever e não por obrigação. Pense nisso.

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