“Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza.” (Gaston Bouthoul)
Por que será que nada muda na política? Aposto que você já conheceu um político de verdade. É o cara que tenta, tenta, mas não consegue ir adiante. Ainda temos políticos que só serão reconhecidos depois de saírem da política e estiverem aposentados da vida. E, porque já não atuam, não são reconhecidos nem mesmo conhecidos. Mas não estamos preparados para entender o porquê das coisas. E, por isso, continuaremos sendo os mesmos, presos no cabresto. E este é de uma corda muito forte, que não vai se rebentar tão cedo. Continuaremos os mesmos, elegendo “políticos” que só estão interessados na riqueza fácil. E aposto também que você conhece alguns desses. São os que entram na política sem dinheiro e saem milionários. O pior é que não percebemos que eles levaram o que é nosso.
George Burns disse: “Pena que todas as pessoas que sabem como governar o país estejam ocupadas a dirigir táxis ou cortar cabelo”. Todos nós já ouvimos discussões nas barbearias e desabafos de motoristas de táxis sobre política. É legal pra dedéu, desde que o corte do cabelo não seja longo, nem a viagem no táxi também. Mas vamos deixar isso pra lá e vamos pensar mais maduramente em como deveríamos resolver o problema, sem discussões nem arrufos. O que é muito difícil. Vamos apenas amadurecer e entender que deveríamos ser mais orientados pela Educação sobre a política, pois ela é coisa séria. E, por isso, deveria ser respeitada, em vez de ridicularizada.
Já faz algumas décadas, eu ia saindo do fórum e deparei-me com um agricultor, meu ex-vizinho, na Confiança, no Cantá. Ele estava na fila para se inscrever como candidato a vereador. Admirei-me, porque ele não era, nem tinha nenhuma capacidade para a política. Aproximei-me e o cumprimentei. Rimos e perguntei:
– Vai se candidatar? Mas você não é político.
Ele riu, meneou a cabeça e respondeu sorrindo:
– Ora… Se todo mundo tem direito a essa boquinha, por que eu também não tenho?
Infelizmente, esse ainda é o pensamento de muitos dos que se infiltram na política, como se ela fosse uma boquinha com a qual podemos mastigar e engolir os recursos públicos. Mas não veja a coisa pela lupa do absurdo. Veja-a apenas como uma falha na nossa Educação, que ainda não nos educou politicamente. Ainda não nos disseram qual é o valor do voto facultativo. E que só o teremos quando formos realmente educados para usá-lo corretamente. Cuidado com sua responsabilidade nas próximas eleições. Um cidadão não vende seu voto. Pense nisso.
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