AFONSO RODRIGUES

Viva para o futuro

“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. (Bob Marley)

Prometi pra você que falaria, hoje, sobre o caso hilário, no supermercado. Sempre que vou comprar o pão para o café da manhã, faço tudo correndo. Comprei o pão, a banana, que sempre é dispensável, e poucas outras coisas. Ainda era cedo e metade dos caixas estava fechada. Finalmente entrei onde só havia uma mulher jovem e bonita, sendo atendida. Ela estava falando com a moça do caixa, como se estivesse conversando. Estranhei, mas fiquei na minha, esperando minha vez. A moça do caixa ia conversando e passando os objetos da mulher bonita. E a mulher estava com o cartão do Banco, na mão e justificava o porquê da dúvida no cartão. Eu continuei sem entender, mas na minha. A conversa era um engodo insuportável. E por sugestão da mulher, a moça passavas as mercadorias lentamente, e falava para a mulher, o valor registrado.

Logo que terminou, a mulher inseriu o cartão que deu certo. Mas, mesmo assim, ela chamou uma gerente do supermercado e começou a explicar porque não confiava no cartão. A conversa se estendeu enquanto eu esperava minha vez, enquanto a mulher estava encostada no balcão e bem em frente à maquininha de cartões. E o papo entre as três: a mulher, a gerente, e a moça do caixa, se estendia. E tudo sobre o que ela deveria fazer sempre que o cartão lhe desse problema, já que não faltava dinheiro no Banco. Aí minha paciência começou a dar aquele tapinha na minha cabeça. Mas fui me segurando até que não deu mais.

Toquei levemente no braço da mulher bonita e falei calmamente:

– Dá pra você dar uma folguinha pra eu passar a mercadoria?

A mulher nem olhou para mim, e quase nem se mexeu. Apenas desviou o corpo alguns centímetros, e pronto. Me virei a meu modo e consegui passar o cartão, meio espremido. E isso depois da moça do caixa olhar pra mim e esboçar um sorrisinho maroto. Saí rindo enquanto elas continuaram no papo sobre o cartão duvidoso.

No dia seguinte eu estava comprando as bananas costumeiras, quando uma mulher passou por mim, e sua cesta de compras bateu forte no meu braço e doeu pra dedéu. E a mulher não deu a menor bola para o acontecimento, quando deveria, pelo menos, pedir uma simples desculpa. Aí caminhei pensando: será que eu fiz alguma coisa de ruim com elas? Depois refleti: não, não fui eu, foi quem não as educou. E como eu não tenho culpa nenhuma, na falha, fiquei e continuo na minha. Mas sugiro: não lute pela igualdade, apenas seja você no melhor que você puder ser. E você sempre pode ser melhor, independentemente do seu sexo. Pense nisso.

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