Gravidez aos 40: Entenda a idade dos óvulos, exames essenciais e opções de reprodução assistida

Especialista em reprodução humana explica a relação entre o envelhecimento dos óvulos e os riscos da gestação após os 40 anos

As mulheres nascem com um número fixo de óvulos, que envelhecem ao longo do tempo (Foto: Divulgação)
As mulheres nascem com um número fixo de óvulos, que envelhecem ao longo do tempo (Foto: Divulgação)

Com o avanço das conquistas femininas, muitas mulheres estão optando por adiar a maternidade para após os 40 anos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de mulheres que engravidaram nessa faixa etária cresceu 65,7% na última década, enquanto entre 30 e 39 anos o aumento foi de 19,7%. Bruno Ramalho, professor e especialista em reprodução humana do Centro Universitário de Brasília (CEUB), destaca como a medicina moderna pode apoiar mulheres que escolhem engravidar em idade avançada.

De acordo com Ramalho, as mulheres nascem com um número fixo de óvulos, que envelhecem ao longo do tempo. “O óvulo liberado na ovulação sempre terá a idade da mulher que o ovulou. Eventualmente, o estoque de óvulos se esgota, levando à menopausa. Esse envelhecimento afeta a fertilidade, reduzindo a capacidade de fecundação e aumentando o risco de alterações cromossômicas nos embriões”, explica o professor.

Os riscos de anomalias cromossômicas, como aneuploidias, aborto espontâneo e óbito fetal, aumentam significativamente após os 40 anos. Ramalho cita que a chance de uma aneuploidia é de 1 em 385 aos 30 anos, 1 em 192 aos 35 anos e 1 em 66 aos 40 anos. Apesar desses números, os exames recomendados antes da gravidez não diferem muito entre mulheres mais jovens e aquelas em idade avançada.

Tempo é essencial para investigar infertilidade

Embora a gravidez natural seja possível em várias idades, Ramalho alerta que a avaliação da infertilidade deve ser acelerada em mulheres acima de 40 anos para aproveitar o “tempo precioso”. “Antes dos 35 anos, recomenda-se tentar por um ano antes de investigar infertilidade. Entre 35 e 39 anos, esse prazo cai para seis meses. Após os 40, a investigação deve ser imediata”, ressalta o especialista.

Opções de reprodução assistida

Para mulheres acima de 40 anos, a fertilização in vitro (FIV) é considerada o tratamento com maior probabilidade de sucesso. Além disso, a análise genética pré-implantação pode ser utilizada para identificar aneuploidias nos embriões. “O uso da FIV deve ser personalizado, levando em conta aspectos clínicos e as expectativas do casal”, orienta Ramalho.

O especialista também reforça a importância de um acompanhamento médico adequado e equilibrado. “A FIV oferece as maiores chances de sucesso, mas, como em qualquer tratamento, a idade é um fator determinante para o desfecho positivo”, conclui.