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Hábito de tomar café mudou no Brasil após pandemia

Cerca de 29% das pessoas consomem mais de seis xícaras de café diariamente

Foto Raisa Carvalho
Foto Raisa Carvalho

Para despertar pela manhã, num bate-papo com os colegas de trabalho ou uma xícara depois do almoço: a presença do café no dia a dia do brasileiro é marcante e faz parte da cultura do país. Esse perfil de consumo, no entanto, apresentou mudanças após a pandemia do covid-19, segundo levantamento lançado recentemente.

A pesquisa “A Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil” foi realizada pelo Instituto Agronômico (IAC), em parceria com o Instituto Axxus e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). O objetivo era realizar um levantamento eficaz e informativo para o sistema agroindustrial dos cafés do Brasil.

Foram entrevistadas 4,2 mil pessoas, sendo 2.310 mulheres e 1.890 homens nos anos de 2019, 2021 e até outubro de 2023. Os entrevistados participantes pertenciam a todas as regiões brasileiras, com diferentes faixas etárias e classes sociais. O nível de confiança do estudo é de 99% e margem de erro de 2%.

A pesquisa “A Evolução dos Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil” foi realizada pelo Instituto Agronômico (IAC) (Foto Raisa Carvalho)


RESULTADOS

Hora do cafézinho

A pesquisa mostrou que os brasileiros gostam de tomar café pela manhã. Um percentual alto, de 97% dos entrevistados, afirmam que bebem café ao acordar. Para a maioria, cerca de 61%, a bebida colabora para a melhora do humor e disposição.
O consumo de café também é considerado alto entre os brasileiros: hoje em dia, cerca de 29% das pessoas consomem mais de seis xícaras de café diariamente. Ainda, que 46% consome de três a cinco xícaras de café por dia.
Um dado curioso é que o número de pessoas que não bebe café diminuiu depois da pandemia. Em 2019, antes da covid, o total de brasileiros que não ingeriam a bebida era de 8%. Já em 2021 e 2023, o índice de pessoas que não bebem café baixou para 3%, o que representa um aumento no consumo.
Outra alteração, que sofreu influência da pandemia, é o local de consumo do café. No período de isolamento, a pesquisa apontou que as pessoas ingeriam a bebida na sua residência. Hoje, as pessoas consomem mais café no local de trabalho, seguido da sua própria casa, cafeterias e casas de parentes e amigos. Inclusive, a pesquisa apontou que houve um aumento para 51% consumo da bebida em cafeterias.
O custo do café também foi levado em consideração na pesquisa, com 16% dos entrevistados afirmando que compram o café mais barato em 2023. Há dois anos, em 2021, o percentual foi de 21%.
A pesquisa constatou ainda que “o consumidor continua tendo uma relação afetiva com o produto e que a experiência de beber café faz parte de um ritual diário e emocional, concebido como um dos prazeres da vida”.