Jardinagem

Você pode estar regando demais sua zamioculca sem perceber o estrago

Descubra por que regar demais sua zamioculca pode acabar matando a planta e como evitar esse erro silencioso.

Você pode estar regando demais sua zamioculca sem perceber o estrago
Imagem criada com IA

Pouca gente percebe logo de cara, mas a zamioculca é uma planta que sofre em silêncio. Com suas folhas firmes e brilhantes, ela passa uma falsa impressão de que está sempre bem — até o momento em que o excesso de água começa a cobrar seu preço. Regar demais essa espécie, sem perceber, é um dos erros mais comuns e fatais no cultivo doméstico. E, ironicamente, tudo começa com a melhor das intenções.

Como a zamioculca reage ao excesso de água

Apesar de sua aparência resistente, a zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) tem um sistema de raízes extremamente sensível ao encharcamento. Suas raízes tuberosas armazenam água por longos períodos, o que significa que a planta foi feita para aguentar secas, não chuvas constantes. Quando recebe mais água do que precisa, essas raízes literalmente apodrecem, sufocadas pela falta de oxigênio.

Os sinais nem sempre são óbvios de imediato. A primeira pista pode ser um leve amarelado nas folhas mais antigas. Com o tempo, as folhas caem, o solo exala um cheiro forte e desagradável, e o caule começa a amolecer. Quando o apodrecimento da raiz começa, a recuperação torna-se difícil — e muitas vezes, impossível.

Regar pouco é melhor do que regar demais

A zamioculca prefere a secura ao excesso. Em vez de seguir uma rotina rígida de rega, o segredo está em observar. O solo deve estar completamente seco antes de qualquer nova rega. Isso pode significar semanas inteiras sem tocar no regador durante o inverno, especialmente se a planta estiver em um ambiente com pouca luz natural.

Use o truque do palito: espete um palito de churrasco no substrato até o fundo do vaso. Se ele sair limpo e seco, é sinal de que a rega pode ser feita com segurança. Se estiver úmido ou com resíduos, aguarde mais alguns dias. Evitar a ansiedade é parte fundamental no cultivo dessa planta.

O vaso e o substrato fazem toda a diferença para a zamioculca

Outro fator muitas vezes negligenciado é o tipo de vaso e o substrato em que a zamioculca está plantada. Vasos sem furos de drenagem são uma sentença de morte para essa espécie. A água precisa escoar com facilidade, e o substrato deve ser leve, aerado e com boa drenagem — misturas com perlita, carvão vegetal e areia grossa são boas opções.

Vasos de barro, por sua vez, ajudam a evaporar o excesso de umidade, sendo preferíveis aos de plástico. Além disso, evite colocar pratinho embaixo do vaso, pois ele retém a água drenada e impede a secagem completa do solo.

Luz e temperatura interferem na necessidade de rega

Plantas posicionadas em locais com luz indireta brilhante tendem a evaporar a água do substrato mais rapidamente. Já ambientes escuros ou frios desaceleram esse processo, exigindo ainda menos regas. Por isso, ao mudar sua zamioculca de lugar, observe como o comportamento dela se transforma — e ajuste a frequência da rega de acordo.

Durante o verão, a evaporação é mais rápida, mas mesmo assim, o intervalo entre regas ainda costuma ser grande. No inverno, o cuidado precisa ser redobrado, pois o excesso de água combinado com o frio é um combo letal.

Como salvar uma zamioculca com sinais de apodrecimento

Se você desconfia que regou demais sua zamioculca, a primeira coisa a fazer é tirá-la do vaso. Sim, com coragem. Observe o estado das raízes: se estiverem moles, escuras e com mau cheiro, elas estão podres. Com uma tesoura esterilizada, remova todas as partes afetadas e deixe os rizomas restantes secarem ao ar por algumas horas ou até um dia.

Em seguida, replante em um vaso limpo, com substrato seco e bem drenado. Só regue novamente após pelo menos uma semana — e mesmo assim, com muita moderação. Se houver apenas um ou dois galhos saudáveis, não desanime. A zamioculca é resiliente e, com paciência, pode rebrotar a partir de um rizoma bem cuidado.

Zamioculcas em vaso sorbre a mesa, em um ambiente iluminado e aconchegante (2)

Evite adubação após episódios de excesso de água

Outro erro frequente é tentar “compensar” uma planta doente com adubo. Isso pode agravar ainda mais a situação. A zamioculca precisa se recuperar do estresse, e a adubação nesse momento pode causar toxicidade. Espere pelo menos um mês após o replantio para oferecer qualquer tipo de fertilizante — e mesmo assim, opte por fórmulas suaves e diluídas.

No geral, a zamioculca exige muito pouco: luz indireta, regas espaçadas, e um solo que respire. O problema é que, ao tratar essa planta como uma “bebê mimada”, regando com frequência ou mantendo o solo úmido, o que deveria ser um cuidado acaba virando um veneno silencioso.

No fundo, cultivar zamioculcas é um exercício de contenção. Menos é mais. Regar menos, tocar menos, mexer menos. É confiar que, mesmo sem sua interferência constante, a natureza sabe o que faz.

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