Você já se pegou questionando a veracidade das histórias contadas por alguém próximo? A mitomania, distúrbio psicológico caracterizado pela tendência compulsiva de mentir, pode ser mais comum do que se imagina e pode afetar significativamente a vida pessoal e social dos indivíduos.
Segundo a psicóloga clínica Laura Mendes, especialista em transtornos psicológicos, a mitomania não se resume apenas a mentiras ocasionais, mas sim a um padrão persistente e descontrolado de fabricação de histórias, muitas vezes fantasiosas, sem um propósito evidente além de manter uma imagem idealizada de si mesmo perante os outros.
“A mitomania não é simplesmente inventar histórias ocasionalmente. É um comportamento compulsivo e crônico, muitas vezes desencadeado por uma necessidade profunda de ser admirado, aceito ou até mesmo para escapar de situações desconfortáveis”, explica a psicóloga.
Como identificar o transtorno?
Os sintomas podem variar desde pequenas distorções da realidade até narrativas completamente fictícias e elaboradas. A pessoa mitômana pode até mesmo acreditar nas próprias mentiras, tornando o diagnóstico e o tratamento um desafio para os profissionais de saúde mental.
Identificar a mitomania pode ser difícil, pois muitas vezes os mentirosos compulsivos são hábeis em manipular informações para sustentar suas narrativas. No entanto, alguns sinais comuns incluem inconsistências frequentes nas histórias contadas, narrativas grandiosas e improváveis, e uma tendência geral a evitar detalhes específicos que possam ser verificados.
E como tratar?
O tratamento da mitomania envolve terapia cognitivo-comportamental, onde o foco está na modificação dos padrões de pensamento e comportamento do indivíduo. “É importante estabelecer uma relação de confiança com o paciente para que ele se sinta seguro o suficiente para confrontar a verdade sobre suas mentiras e trabalhar na reconstrução de uma identidade mais autêntica”, ressaltou Laura Mendes.
Portanto, se você suspeita que alguém próximo possa estar sofrendo de mitomania, é essencial abordar a situação com compaixão e buscar ajuda profissional especializada. “Entender e reconhecer os sinais deste transtorno é o primeiro passo para oferecer o suporte necessário e promover a recuperação e o bem-estar emocional”, concluiu a psicóloga.