
A cada ano, a chegada da Páscoa acende a expectativa das famílias brasileiras por uma celebração com mesa farta e muitos chocolates. Em 2025, porém, esse entusiasmo esbarra em um obstáculo difícil de ignorar: o aumento expressivo dos preços dos itens típicos da época, especialmente os ovos de Páscoa.
Levantamentos recentes indicam que os ovos industriais ficaram até 9,5% mais caros em comparação ao ano passado, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Além da valorização do dólar, eventos climáticos como o El Niño prejudicaram as safras em países líderes na produção da amêndoa, como Costa do Marfim e Gana. A combinação desses fatores empurrou para cima o preço do cacau e, consequentemente, dos chocolates no mercado mundial.
Diante desse cenário, os brasileiros não ficaram parados. Pelo contrário, arregaçaram as mangas e encontraram alternativas para manter viva a tradição sem esvaziar o bolso. A produção de ovos artesanais ganhou força. Além de custarem menos, esses ovos permitem personalização, o que agrada tanto a quem presenteia quanto a quem recebe.
Investir em formas de silicone e ingredientes básicos compensa logo na primeira produção. Quem já conta com um fogão 4 bocas, por exemplo, derrete o chocolate com praticidade, economizando energia e evitando gastos extras com equipamentos sofisticados. Além disso, preparar os ovos em casa virou uma atividade divertida, principalmente para famílias com crianças. É um jeito de envolver todos na comemoração e ainda poupar dinheiro.
Alternativas para a Páscoa
Outra solução que se espalhou pelo país foi a compra coletiva. Grupos de amigos e familiares se reuniram para adquirir ingredientes em maior volume, garantindo bons descontos. Nas redes sociais, comunidades inteiras trocaram dicas, receitas e caminhos para economizar, fortalecendo o espírito colaborativo tão característico dos brasileiros em tempos difíceis.
Além dos chocolates, a ceia de Páscoa também pesou no orçamento. Itens tradicionais como peixes e azeite sofreram reajustes, de acordo com levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para driblar os preços salgados, muitas famílias apostam em cardápios alternativos, escolhendo alimentos da estação e comprando direto de produtores locais. A substituição do bacalhau por peixes como tilápia e merluza, por exemplo, assegura uma boa economia sem deixar a mesa menos especial.
Essas estratégias provam que o consumidor brasileiro, já calejado diante das oscilações da economia, sabe se reinventar quando a situação aperta. Criatividade e união são as peças fundamentais para manter a tradição da Páscoa viva, mesmo em um ano marcado por preços elevados.