
Candidatos que estão sub judice após a possível fraude dos exames psicotécnicos do Concurso da Polícia Penal de 2020 realizaram uma manifestação em frente ao Palácio Senador Hélio Campos, na manhã desta segunda-feira, 24, para cobrar um acordo com o Governo do Estado para anulação e reaplicação desta fase do concurso.
De acordo com o candidato Antônio Cruz, a principal preocupação do grupo é a validade do Concurso, que acaba em setembro deste ano. O grupo, de mais de 80 pessoas, aguarda um posicionamento e o ressarcimento do prejuízo por parte do Governo. O caso segue na justiça.
“A gente quer um acordo para que possa ser retomado o concurso, aplicado um novo teste e seja feita as contratações. Hoje, a Polícia Penal está com um déficit de 140 vacâncias e está nessa situação, com o concurso suspenso. Por uma questão de bom senso, queremos chegar no governador e mostrar essa situação”, relata Antônio.
Em janeiro deste ano, a 1ª Vara Criminal de Boa Vista, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MP-RR) sobre as supostas irregularidades no concurso. De acordo com o documento, a denúncia do MP aponta a prática de 182 atos de falsidade ideológica, tipificados no artigo 299 do Código Penal. Além do psicólogo, o presidente da Comissão da AOCP também foi acusado.
Na época, o advogado de defesa dos candidatos explicou à FolhaBV que o processo segue para a fase de instrução penal, onde os fatos serão apurados e as provas analisadas. Para ele, “os efeitos cíveis caminham para a anulação” da fase do exame.
A FolhaBV procurou o Governo do Estado para falar da atual situação do processo em Roraima e sobre a possibilidade de acordo entre os candidatos e a gestão estadual. Mas até o fechamento da reportagem a gestão estadual não se pronunciou. O espaço segue aberto.
Entenda o caso
Após a avaliação psicológica para o concurso da Polícia Penal em Roraima, realizada no dia 14 de março de 2021, mais de 200 candidatos foram reprovados no teste psicotécnico, entre 1.133 avaliados. De acordo com os candidatos, eles tiveram acesso ao laudo da avaliação, sendo que não houve abertura de espaço para contestação do resultado por parte do representante da banca.
Após um psicólogo afirmar que nunca trabalhou para o Instituto AOCP e negar ter assinado os documentos dos candidatos reprovados na avaliação psicológica do certame, um inquérito para apurar a situação foi instaurado. O documento ainda apontou que houve irregularidade na entrega da proposta final pelo Instituto AOCP, fora do prazo estipulado o que poderia, em tese, ter favorecido a banca em ter acesso privilegiado aos valores apresentados pela empresa concorrente.