O esporte roraimense terá que esperar no mínimo mais seis meses para ter de volta um de seus principais palcos: o Estádio Flamarion Vasconcelos, popularmente conhecido como ‘Canarinho’, na zona leste de Boa Vista. As obras de reforma e ampliação, que se arrastam há oito anos, estão 77% concluídas e a nova data para a reabertura foi estipulada para início de junho, após várias previsões equivocadas.
Ao todo estão sendo investidos cerca de R$ 34,3 milhões dos cofres públicos nas obras do Estádio, que parecem intermináveis. O rombo poderia ser ainda maior.
Isso porque a reforma, anunciada em 2010, custaria o montante de R$ 257 milhões se o Ministério Público Federal (MPF), à época, não houvesse instaurado inquérito para investigar irregularidades na aplicação de R$ 99 milhões que haviam sido destinados à reconstrução do estádio.
Se os recursos anunciados há seis anos fossem totalmente aplicados no Canarinho, o estádio custaria apenas R$ 134 milhões a menos que o mais barato utilizado na Copa do Mundo de 2014: a Arena da Baixada, em Curitiba, que custou R$ 391 milhões, segundo dados do Ministério do Esporte. À época, para justificar a reforma, o governo de José de Anchieta alegou que Roraima seria subsede da competição.
Curioso é que, se o novo prazo dado para reinauguração do estádio for realmente cumprido, o local ficará pronto justamente em meio à Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia, em junho deste ano.
Após alguns anos paradas, as obras foram retomadas em maio de 2015, quando o local tinha somente 60% da estrutura prometida e estava sem previsão de entrega. Em setembro do mesmo ano, porém, a obra foi novamente paralisada. Após uma análise realizada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf), foi feita uma repactuação com a Caixa Econômica Federal.
Enquanto aguardam a reabertura do maior palco esportivo do Estado, dirigentes de clubes tradicionais do futebol roraimense lamentam a falta de opção para a prática do esporte. A única alternativa hoje é o Estádio Ribeirão, na zona oeste, que possui estrutura precária para realização de jogos oficiais.
GOVERNO – Em nota, a Seinf (Secretaria Estadual de Infraestrutura) informou que, com relação à reforma do Estádio Canarinho houve atraso na execução dos serviços devido à necessidade de reprogramação e readequação do projeto original, porém a obra, que começou em 2012, continua em andamento. O investimento total é de R$ 34.395.387,05.
Conforme o Departamento de Engenharia e Obras (DEO) da Seinf, a reprogramação das obras do ‘Canarinho’ está em fase de análise final pela Caixa Econômica e vai contemplar a construção de um poço artesiano com vazão de 19.000 l/h para irrigação do gramado; sistema de drenagem nas áreas de entrada das rampas de acesso; comunicação visual das informações básicas de localização aos usuários; iluminação externa na parte frontal do estádio; caixas de ventilação e exaustores no sistema de refrigeração; estrutura de suporte para iluminação do campo (não definida no projeto original) e meio-fio da pista de atletismo.
Segundo a Seinf, já foi finalizada a colocação da fachada em ACM, urbanização (calçamento externo), sistema de refrigeração e iniciada a construção da subestação de energia. Paralelamente, é feita a manutenção dos serviços executados. Ainda faltam ser executados, além do que foi reprogramado, os acabamentos dos revestimentos, materiais elétricos, pista de atletismo, cadeiras das arquibancadas e equipamentos. (L.G.C)