O pequeno Pedro Kauã dos Santos Gomes, de 5 anos, foi diagnosticado com um tumor na garganta e conseguiu a liberação do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para fazer um procedimento cirúrgico. Entretanto, o processo está paralisado e o menino sofre com a falta de ar e outras consequências da doença.
A avó da criança, Magnólia Barbosa Camelo, de 46 anos, procurou a FolhaBV para denunciar o não prosseguimento do processo para a cirurgia de retirada do tumor, que deve ser feito no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam), em Manaus (AM). À família, servidores municipais informam que o Icam não responde aos questionamentos do setor de TFD em Boa Vista.
“Meu neto corre risco de vida. No último dia 11, ele brincava normalmente quando ficou roxo e nós o levamos ao Hospital da Criança, onde ficou internado por 11 dias. Os médicos fizeram uma traqueostomia temporária, pois o tumor estava impedindo a respiração”, contou a mulher, ao acrescentar que o neto teve parada cardíaca e precisou ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ela relatou que o Tratamento Fora do Domicílio foi liberado, mas o entrave tem sido a falta de respostas do instituto que vai receber a criança, conforme os servidores. “Estou questionando a demora desse processo”, criticou. Depois que saiu da UTI, Pedro Kauã foi para o bloco e os médicos fizeram uma traqueostomia provisória nele.
“Praticamente toda semana levo ele ao hospital, porque do nada ele passal mal e fica roxo. O TFD liberou, mas o que não liberou foi a vaga no hospital em Manaus [Icam]. A moça do TFD diz que manda e-mail para o Icam, que nunca respondeu de volta e manda para Brasília também, mas que nenhuma instituição deu retorno até o momento”, ressaltou a avó do paciente.
Ela destacou que a cirurgia de retirada do nódulo não é feita em Roraima, nem no sistema público, nem no privado. “Se tivesse aqui, a gente dava um jeito, mas não tem, por isso é necessário ir a Manaus e depois, caso seja preciso, ir para outro estado. Ele tem que fazer a cirurgia desse nódulo e tirar a traque provisória”, frisou Magnólia.
A avó conta que o menino está com a saúde muito fragilizada e que precisa do procedimento para poder ter qualidade de vida. “Ele não brinca, não corre e só vegeta. Quando assiste televisão, fica roxo em todo o corpo, falta o fôlego dele e a respiração. É muito triste ver o meu neto nesta situação. Peço providências para que meu neto possa viver”, declarou.
Relato da mãe
A mãe do pequeno Pedro Kauã contou que há um ano e meio o menino foi diagnosticado com a doença e que desde então luta para que o menino receba o procedimento. “Fui embora para Goiânia, mas aconteceu um problema e acabei voltando para Roraima. Meu filho passou mal no dia 11 de setembro quando estava brincando e veio em minha direção todo roxo e sem ar”, lembrou.
Ela conta que chamou a mãe para ajudar e o vizinho. “Meu filho foi o caminho todinho assim. Ele ficou todo roxo, com a boca aberta e não piscava, convulsionou também. Demorou 2h30 para ser reanimado e depois foi levado para a UTI. Fizeram operação da traque, porém ele não estava conseguindo respirar, pois o tumor na garganta rompeu e impediu que ele respirasse na hora. No dia 22 teve alta e compramos um aparelho para limpar a secreção do local”, citou.
A mãe disse que foi neste período que o TFD foi liberado. “Eles me ligaram, mas já faz duas semanas, e disseram que se surgisse vaga, mandariam resposta do Icam. Ligo quase todos os dias, mas nunca mais o Icam deu respostas”, completou.
Outro lado – A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista, mas até a publicação desta matéria nenhuma resposta fora enviada à redação.