Cotidiano

“A feira pra mim é tudo. Daqui que tiro o sustento da casa

O Dia do Feirante é celebrado anualmente em 25 de agosto

No Brasil comemora-se o dia do feirante em 25 de agosto, uma homenagem à primeira feira ao ar livre, realizada em 1914, no Estado de São Paulo. Em Boa Vista, no ano de 1967, o Mercado Municipal São Francisco foi um dos primeiros locais a funcionar, de fato, como feira, passando a receber esses profissionais.

Tereza Braga foi uma das primeiras feirantes e chegar no Mercado São Francisco, estando no local há mais de 30 anos. Ela conta que, na época, começou no ramo junto ao ex-marido e os filhos e, após se separar, tocou o negócio sozinha, com a ajuda dos filhos.

“Foi um período muito difícil! Levantava todos os dias às 5h da manhã e vinha pra cá de ônibus”, disse. A feirante, que ocupa o Box 18, trabalha, desde o início, com a comercialização de frutas e verduras. Ela revela as dificuldades enfrentadas durante a pandemia.

“No início ficamos bem desesperados e vimos no delivery uma opção. Tanto que, até hoje, funcionamos fazendo entregas, o que tem ajudado e muito nesse período”, falou.

Tereza também revela o orgulho em ser feirante e destaca a maior conquista. “A feira pra mim é tudo. Daqui que tiro o sustento da casa. Porém, mais do que isso, a feira me proporcionou grandes amigos, que considero como minha família”.

Mas para quem pensa que feira é só sinônimo de alimento, está muito enganado. A artesã Sula Martins, do Box 22, está há sete anos no mercado comercializando, estritamente, produtos artesanais. Ela conta que fazer parte do Mercado São Francisco é a sua grande conquista.

“Vir pra cá foi uma verdadeira realização, pois estamos em um dos principais cartões postais da cidade. Além disso, estar aqui tem um grande significado de recomeço e superação, pois minha vinda coincidiu com a morte da minha mãe. Trabalho desde pequena com artesanato e viver do meu trabalho é uma conquista”, contou.

FEIRAS MUNICIPAIS – Além do Mercado São Francisco, a Prefeitura de Boa Vista é responsável por duas outras feiras, a do Pintolândia, localizada na avenida Aldemar Bantim, que acontece somente aos sábados e a do Garimpeiro, que funciona aos domingos, na avenida Ataíde Teive, em um trecho que compreende a avenida São Sebastião até a avenida Nossa Senhora de Nazaré, entre os bairros Tancredo Neves e Asa Branca.

Em razão da pandemia de covid-19, as feiras continuam cumprindo as medidas de segurança do decreto municipal 97/E, e operam com 50 % dos feirantes, em sistema de revezamento semanal.

FEIRAS ESTADUAIS – Já o Governo de Roraima, 12 feiras funcionam por meio da Seapa em todo o Estado, sendo sete na capital, (Vila Jardim, Casa do Cidadão, Conjunto Cidadão, Sede da Seapa, Passarão, Produtor Rural e Vila Maclaren). Em Mucajaí, são duas (Vila Pirilândia e Vila do Apiaú). Em Iracema na Vila Campos Novos. Em Amajarí, em Três Corações e em Rorainópolis com a feira em Vila Nova Colina.

Nesta quarta-feira, dia 25 de agosto, é comemorado o Dia do Feirante e o Governo de Roraima, por meio da Seapa, rende homenagem a todos que trabalham nas feiras fixas e itinerantes, tanto na capital, quanto nos municípios do interior.

Segundo o secretário de Agricultura, Aluizio Nascimento, em todo Estado, cerca de 855 feirantes são cadastrados na Seapa. “Cada feirante consegue empregar até três pessoas, então este número triplica. Temos consciência do valor de cada feirante, de cada trabalhador. Esse dia 25 é muito importante para todos nós e somos muito gratos aos nossos feirantes, à cadeia produtiva e ao produtor agrofamiliar.  Agradecemos todo esforço e dedicação”.

Mário Henrique Botão, feirante há mais de dez anos junto com o seu pai, vende fécula da mandioca. Entre seus clientes, padarias e pessoas que passam pela Feira do Passarão. O feirante se disse satisfeito pela ação no Dia do Feirante. “Fomos surpreendidos pela ação da semana do feirante. Cortei o cabelo e fico feliz pela lembrança, pois fiquei sabendo que haverá ação nas outras feiras e ficamos felizes por isso”, agradeceu Mário.

 
ORIGEM DA DATA

Esta data é uma homenagem à primeira feira livre que ocorreu no país, em 25 de agosto de 1914. Tal evento aconteceu no Largo General Osório, no bairro Santa Efigênia, em São Paulo. Algum tempo depois, o prefeito da capital paulista, Washington Luís, oficializou as feiras e mercados livres com o ato nº 625, em 28 de maio de 1934. Atualmente, a Lei nº 492, de 1984, rege os direitos e deveres das feiras livres em todo o território nacional.