#SemTempo? Confira o resumo da matéria:
Desde que chegou em Roraima, há um ano e seis meses, o empresário Carlos Wizard já interiorizou mais de 8 mil imigrantes que vivem fora dos abrigos por conta própria. Em sua avaliação, ele acredita que os abrigos são apenas porta de passagem. O empresário afirmou ainda não receber apoio suficiente do Governo Federal para ajudar na causa.
No final do mês passado, a Folha percorreu novamente alguns pontos públicos da Capital que passaram a servir de moradia para diversas famílias de imigrantes. Nos locais, os imigrantes esclarecem que o motivo da ocupação era a falta de vagas nos mais de 10 abrigos de Boa Vista e, em unanimidade, afirmaram que aguardavam o processo de interiorização da Operação Acolhida para sair do estado. O processo, no entanto, não é exclusivo da União.
Desde que chegou a Roraima, há cerca de um ano e seis meses, o empresário Carlos Wizard acolhe e interioriza imigrantes por conta própria. Ao todo, já foram encaminhados a outras localidades do país mais de 8 mil imigrantes que vivem nos espaços públicos e nas ruas da cidade. Em sua avaliação, o empresário acredita que os abrigos são apenas pontos de passagem, e não destino final.
“Desde que cheguei, todo o foco e objetivo que tenho com minha esposa é para promover, agilizar e fomentar o processo de interiorização desses imigrantes. Roraima não é destino para essas pessoas, justamente pela falta de estrutura necessária, bem como a ausência de vagas de emprego”, explicou. O trabalho é desenvolvido de forma voluntária junto à Fraternidade Sem Fronteiras, empresas e igrejas.
O empresário, no entanto, lamentou não ter recebido apoio suficiente do Governo Federal no que diz respeito à interiorização. Conforme relato, cerca de 3 mil imigrantes que ocupam esses espaços públicos estão prontos para sair imediatamente do estado. O motivo da não saída, segundo Wizard, é a falta de transporte aéreo. No processo particular de interiorização, ele garantiu que os imigrantes têm acolhimento, vaga de emprego e oportunidade de autonomia financeira.
No entanto, na avaliação do empresário, há um boicote em relação ao procedimento no sentido de não haver voos com capacidade suficiente para o embarque de todos os imigrantes que vivem fora dos abrigos. O apelo que Wizard faz aos políticos é referente à capacidade de agilizar este processo particular de interiorização, uma vez que há recursos para amenizar a situação.
Como a Força Aérea fornece os equipamentos, bem como os pilotos e toda a equipe necessária, Wizard fica sujeito a essa contratação. “Mas a notícia mais ouvida é de que o avião quebrou, que está em manutenção ou reparo, ou que o voo foi cancelado. Isso não é solução. Quando tem voo de 40 pessoas eu fico triste, porque o preço de mandar 100 pessoas é o mesmo de mandar 40”, contou.
Nesta terça-feira, 7, o Governo de Roraima divulgou nota informando que junto à Operação Acolhida pretende diminuir a quantidade de ocupações existentes no município de Boa Vista e adjacências. Para Wizard, o anúncio é positivo, tendo em vista as condições estruturais e higiênicas nas quais os imigrantes convivem. No ano passado, ele chegou a contratar um banheiro químico para um dos espaços públicos ocupados. (G.)