Cotidiano

“Foi um dos piores momentos da instituição”, afirma reitor

Intervenção administrativa foi determinada pelo Governo do Estado, por meio de um decreto publicado no Doer, na última quinta-feira (30)

O reitor Regys de Freitas fez uma coletiva à imprensa na Universidade Estadual de Roraima (Uerr), na manhã de hoje (5), para falar sobre o seu afastamento e do vice-reitor Elemar Favreto, o que foi determinado pelo Governo do Estado por meio de um decreto de intervenção administrativa, publicado no Diário Oficial do estado (Doer) na última quinta-feira (30).

Segundo o reitor, que retornou ao cargo após uma decisão da Justiça, a intervenção foi um dos piores momentos que a instituição viveu desde a data de sua fundação.

“O que, por mais que se tentasse justificar o injustificável, a violência que foi praticada contra essa instituição, causou não só uma ruptura jurídica em torno dos preceitos fundamentais que balizam, não só a administração pública, mas a justiça dos direitos fundamentais de cada um dos cidadãos, causou uma ruptura de ordem moral em cada um de nós”, comentou Freitas.

Ele disse que foi um momento de verdadeiro terror e que pode perceber que a utilização do Estado e a ignorância aos preceitos fundamentais criaram dentro da Uerr um verdadeiro estado de exceção.

“A Polícia Militar e a Polícia Civil adentraram esta instituição, juntamente com a interventora [professora Leila Perussolo] e, a partir disso, diversos exageros foram praticados. Foram conduções coercitivas de nossos servidores a DRCAP (Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública), para que pudesse depor, submissão de vários servidores a revista pessoal para que pudessem sair do prédio da instituição, foi feita a busca e apreensão de processos administrativos e materiais e máquinas e equipamentos como computadores, que foram submetidos a perícia sem ordem judicial e também toda coação e constrangimento que passaram a ser relatados pessoalmente pelos servidores nos últimos dias”, afirmou o reitor Regys de Freitas.

GOVERNO – A Secretaria de Comunicação Social, por meio de nota, nega a prática truculenta no ato da Tutela Extraordinária da UERR (Universidade Estadual de Roraima). A ação se deu para se organizar as contas públicas, fiscalizar e buscar comprovações de denúncias feitas por acadêmicos e corpo administrativa.

Por se tratar de um ato administrativo, cuja finalidade foi afastar a reitoria da UERR sob indícios de desvio de recursos da folha de pagamento dos servidores efetivos e comissionados da Universidade, se fez necessária a presença policial durante a ação.

No caso dos agentes da Polícia Civil, a presença se fez necessária pelo fato de a investigação acerca das suspeitas de desvio de recursos públicos, com a necessidade de recolhimento de evidências para basear as investigações.

É lamentável a conduta adotada pelo reitor, ao se passar como vítima de um ato administrativo que busca corrigir improbidade administrativa, uma vez que o Governo do Estado busca a transparência, o equilíbrio das contas públicas, a harmonia, mas não compactua com atos ilícitos que causem dano ao erário e ao servidor público.

O Governo cumpriu a decisão liminar, mas ressalta que vai recorrer por meio da PGE (Procuradoria Geral do Estado).

*Matéria atualizada às 15h39