Com o aumento do preço do diesel repercutindo em bombas de todo o país, muito se especula sobre a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros, principalmente em redes sociais. Afinal, a motivação da paralisação de maio foi justamente o alto preço do litro de diesel.
Áquila Costa, que foi uma das lideranças da greve dos caminhoneiros em Roraima, contou à Folha que tudo não passa de especulação, boato e que a classe está se resguardando durante o período eleitoral, para evitar que um possível movimento não seja utilizado como manobra política.
“O Brasil está passando por um período muito mais delicado do que meses atrás. Agora que estamos em período eleitoral. Um ato nosso poderia fazer muitos políticos embarcarem na causa e dizer que estão apoiando, sendo que o propósito da greve sempre foi ser apartidária. Muitas das pessoas que insinuam a possibilidade da greve, pelo o que já pesquisamos, geralmente buscam algum ganho que favoreça algum partido ou grupo político”, explicou.
Áquila também explicou que o Governo Federal determinou um reajuste nos preços de fretes de forma proporcional ao reajuste do diesel, de 14%. Como consequência, os caminhoneiros passam a ganhar quantia equivalente ao que estão dispostos a gastar no combustível.
“Foi determinado pelo Governo Federal que houvesse a mudança no preço cobrado pelo frete de caminhões, de acordo com a oscilação do valor do diesel. Isso foi determinado para que a classe pelo menos não fique sufocada, pois mal estávamos conseguindo arcar com nosso próprio combustível. Se eles irão cumprir isso daqui para frente, não sabemos. Mas a alteração no frete ocorreu”, reforçou.
Em sua fala, o caminhoneiro Áquila Costa frisou que somente a classe se manifestar não fará diferença para qualquer transformação social, uma vez que o apoio da população precisa ser constante, e sem parcialidades políticas.
“Para realizarmos outra greve, precisamos de apoio popular. Precisamos que a população vá para a rua junto conosco. Após a paralisação que ocorreu, vimos que a vontade de uma classe inteira ainda não é o suficiente para mudarmos a forma com que a sociedade vem sendo prejudicada com tantos impostos abusivos. Precisamos que a população se manifeste, no momento certo. Que seja após as eleições, pode ser até no dia seguinte, para mostrarmos que não estamos satisfeitos tanto com lado A quanto B”, concluiu. (P.B)