Morador do município de Alto Alegre, situado na região Centro-Oeste do Estado, denunciou que o Rio Mucajaí, um dos afluentes do Rio Branco, estaria perdendo toda a sua vitalidade em razão da ação de garimpagem ilegal na região. A queixa foi feita ao vivo, durante o programa Comunidade em Foco, da Rádio Folha 100.3, na quarta-feira, 10.
“Na sede [do município, a água chega normalmente, e ela passa antes por tratamento, mas no rio mesmo, o povo relata que a situação é de dar pena. Um conhecido meu disse que passou devagarzinho por lá e percebe que a água tá barrenta e que é de dar dó”, comentou o morador ao apresentador Masamu Eda.
As denúncias relacionadas à atuação de garimpeiros no alto do Rio Mucajaí têm sido noticiadas quase que com frequência pelos veículos ligados ao Grupo Folha BV, uma situação que vem piorando nos últimos anos. Nem mesmo o rigor no combate a esse tipo de atividade está conseguindo inibir os criminosos, causando enorme prejuízo ao ecossistema da região.
“Cabe as nossas autoridades, e aí nos temos a Femarh, os nossos senadores, o Ibama, a Polícia Federal, o Exército, fiscalizar essa situação. Eu acho que essa garimpagem desordenada, sem controle nenhum é que tá provocando isso”, completou
FEMARH – Sobre a denúncia do ouvinte, o chefe da Divisão de Planejamento Hídrico da Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Rogeano Gonçalves, reforçou que o órgão faz o constante monitoramento da região, sendo a Qualiágua, uma iniciativa realizada em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), uma das ações mais eficazes em termos de fiscalização.
A reportagem, ele relatou o programa foi implantado em 2016, e que nos dois anos seguintes a fundação detectou mudanças no aspecto da água do Rio Mucajaí, em decorrência do garimpo ilegal.
“O maior problema é que essa situação está ocorrendo em áreas indígenas, sendo estas localidades de domínio federal, saindo assim da nossa jurisprudência, mas isso não impede da fundação continuar esse trabalho de monitoramento e alertando os órgãos federais sobre os danos causados por esse tipo de atividade”, completou.
A reportagem também entrou em contato com o Ibama e a Polícia Federal para saber as ações que ambos realizam para coibir a prática de ilícitos na região e aguarda retorno.
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