Cotidiano

137 pessoas morreram assassinadas nos cinco primeiros meses deste ano

O Brasil registrou uma redução média em torno de 24% no índice de crimes violentos, mas em Roraima houve aumento de 10,5%

O Brasil registrou uma redução média em torno de 24% no índice de criminalidade, de janeiro a maio deste ano. Já em Roraima, nesse mesmo período, os crimes considerados violentos tiveram um aumento de 10,5%, se comparar 2018 com 2019. É o que aponta os dados da Polícia Civil de Roraima (PCRR), que foram repassados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), por meio do Setor de Estatística e Análise Criminal (Deint).

Os crimes considerados violentos são homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguido de morte. Nos cinco primeiros meses de 2018 foram registradas 124 mortes e no mesmo período deste ano houve 137. Ou seja, no ano de 2018 foram 120 homicídios; 02 latrocínios e 02 lesões corporais seguidas de morte. Em 2019 foram 123 homicídios; 09 latrocínios e 05 lesões corporais seguidas de morte.

O secretário estadual de Segurança Pública, coronel Olivan Júnior, disse que a redução da criminalidade no Brasil foi anunciada pelo secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theóphilo, em junho, quando esteve em Roraima. “Mas Roraima seguiu na contramão desse índice. Mas o que se pergunta é qual a especificidade e situação peculiar que fizeram com que Roraima atingisse esses 10,5% de aumento”, questionou.

Para o secretário são vários os fatores psicossociais, que não têm relação direta com a segurança pública. “São fatores de cunho social como alto índice de desemprego e a crise migratória. Essa migração é a maior da América Latina, e pela quantidade de pessoas, se observa que é um movimento migratório que nem São Paulo, que é o estado mais rico da federação, não aguentaria”, disse Júnior.

O secretário afirmou que Roraima está carregando uma sobrecarga social em função das crises migratória e financeira. Segundo ele, em dois momentos o Governo do Estado se dirigiu oficialmente ao Governo Federal solicitando a restituição daquilo que foi investido em razão desse crime.

“Em um primeiro momento foi protocolado na Advocacia Geral da União [AGU] um pedido de R$ 187 milhões que ainda não foi atendido, referente aos gastos de 2018. E relativo ao primeiro semestre deste ano foi solicitado o valor de R$ 161 milhões. Um total de 348 milhões, o que representa algo em torno de 10% do orçamento total do estado que é de 3,6 bi”, informou Júnior.

Governo vai implantar políticas de segurança pública

Para tentar minimizar a violência em Roraima, o secretário disse que o governo vai implantar políticas de segurança pública, e no início desta semana iniciou um movimento com o objetivo de produzir três resultados, estrategicamente planejados.

O primeiro é estabelecer política estadual de segurança pública alinhada à política nacional, o que já foi aprovado em junho de 2018. O segundo é, a partir daí, estabelecer um plano estratégico no estado. “O terceiro é a constituição de um trabalho integrado pela configuração de forças-tarefas por especificidade ou por tamanho da ação, com formatos diferentes, mas integrado com vários órgãos de segurança pública nacionais, estaduais e municipais. Mas já estamos trabalhando de forma integrada”, comentou Júnior.

O secretário está em Brasília cumprindo agenda no Palácio do Planalto, onde receberá R$ 4 milhões em viaturas e materiais. “Com esses equipamentos poderemos dar respostas para a população de Roraima e também entendo que, a partir do momento que o estado se credenciar para receber o Fundo de Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), atendendo as demandas que são exigidas, passará a receber ainda este ano algum recurso, mas a partir de 2020 receberemos R$ 10 milhões, por ano, para fazer despesa com segurança pública no estado, oriundos da Senasp. (E.R.)