13º salário injeta R$ 132 mi na economia 

Empresas do setor privado e também o setor público têm até esta sexta-feira, dia 20, para efetuar o pagamento da segunda parcela do 13º salário a trabalhadores e servidores públicos. Caso se concretize, a estimativa é de que, juntos, o 13º deve injetar aproximadamente R$ 132 milhões na economia de Roraima.

Deste montante, os servidores públicos representam R$ 97 milhões, ou 74% do valor geral injetado na economia. O restante, R$ 35 milhões são do setor privado. 

São cerca de 90 mil trabalhadores no estado que devem receber o 13º. Destes, aproximadamente 43 mil são do setor público e 47 mil são da iniciativa privada com carteira assinada.

A informação é do economista Fábio Martinez. Ele ressaltou que esta estimativa foi feita com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), que divulga os números de empregados, tanto do setor público quanto do privado do Estado. 

“Apesar de o setor privado ser maioria de trabalhadores, eles irão receber menos que os servidores públicos, que tende a pagar salários mais elevados. O valor movimentado do 13º do setor público representa 74% do valor total que será injetado na economia em comparação aos salários pagos aos trabalhadores do setor privado”, disse.

À Folha, a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) confirmou que a segunda parcela do 13º salário do funcionalismo estadual será paga nesta sexta-feira, daí 20, injetando mais de R$ 28,3 milhões na economia local. Na primeira parcela do décimo, que foi paga aos servidores estaduais no dia 28 de junho, totalizou mais de R$ 34,5 milhões.  

A Prefeitura de Boa Vista informou também que pagará a segunda parcela, nesta sexta-feira, dia 20, e serão injetados mais de R$ 16 milhões na economia do município. A primeira parcela foi paga aos servidores municipais, injetando mais de 13 milhões na economia da capital. (R.R)

Lojistas estão otimistas com aumento de vendas 

Os gerentes Antonio Valcir e Antonio Franco disseram que os comerciantes estão aguardando com grande expectativa o pagamento do 13º (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

A Folha foi até o comércio e ouviu de lojistas e gerentes que informaram que a perspectiva é das melhores para as vendas de Natal e Fim de Ano, em relação ao mesmo período de 2018. 

Antonio Valcir é encarregado de loja de departamentos e disse que já vem sentindo aumento no movimento desde o início do mês. “As pessoas se anteciparam nas compras de produtos natalinos e quase já não temos mais estoques. E a expectativa é de melhorar ainda mais com a circulação do 13º salário e chegar a 30% de aumento de vendas em relação ao ano passado”, disse.    

Já o gerente de uma loja de roupas e calçados no Centro, atuante há 20 anos, Antonio Franco, disse que os comerciantes estão aguardando com grande expectativa o pagamento do 13º.  

“Desde o começo de dezembro que o comércio está só o pinga-pinga e não reagiu ainda. Então estamos esperando que com a saída do 13º possa melhorar”, disse.    

Antonio afirmou que as vendas foram muito fracas neste mesmo período de 2018 e espera que possa ter um aumento de 30% para recuperar a economia. 

“A esperança é de recuperar de 25 a 30% nas vendas deste ano do que deixamos de vender no ano passado”, disse: “Mas a concorrência é muito grande no Centro e nos bairros, e estamos oferecendo compras parceladas em cartão de crédito e descontos de até 20% à vista. Não se pode é deixar o cliente sair da loja sem levar nada”, afirmou.  

Consumidores falam em pagar dívidas e fazer compras

Vera Barreto, Débora Soares e Isabele Dias querem pagar dívidas e gastar o que sobrar (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

Se de um lado os gerentes de lojas estão de olho nesta fatia do 13º salário para desafogar a economia, de outro os clientes estão falando em pagar dívidas e fazer compras, mas de olho em economizar.

A reportagem da Folha conversou com alguns boa-vistenses para saber a utilidade do 13º nesta época do ano. Em unanimidade, o benefício é utilizado para o pagamento de dívidas. É o caso da aposentada Vera Barreto. “Sempre utilizo para pagar as contas. Depois disso eu vejo se preciso comprar algo para a casa ou até mesmo presentes para a família”, contou. O mesmo acontece com a empresária Débora Soares. “Pago todas as dívidas e, só depois, penso em gastar o dinheiro com outras coisas”, declarou.

A supervisora de vendas Maria do Socorro Souza e Silva disse que pretende usar o dinheiro extra para pagar contas e o que sobrar ir às compras. “Primeiro quero pagar minha conta de luz que está atrasada para não passar as festas no escuro. Depois, comprar presente para meus filhos e, se sobrar um dinheirinho, fazer um agrado em mim, que seja ir ao salão de beleza ou comprar uma roupa”, disse.

A vendedora Isabele Dias disse que já planejou pagar dívidas com o 13º.

“Estou devendo e vou primeiro pagar as contas, depois comprar roupas e pretendo ajudar meus pais”, disse.   

O economista Fábio Martinez deu algumas dicas para quem recebe o 13º e as prioridades com o dinheiro extra de fim de ano.  

1º – Se a pessoa tiver dívidas, deve usar o dinheiro para pagar as dívidas, principalmente aquelas que têm juros. “Quanto mais tempo demora para pagar estas dívidas, maiores elas ficam e vira uma bola de neve. Chega um momento que não tem mais condições de pagar”. 

2º – Fazer uma reserva de emergência com parte do 13º para pagamentos de despesas extras. “Nos meses de janeiro e fevereiro é comum aparecer contas extras com pagamento de escolas, compra de material escolar, pagamentos de impostos e a fatura do cartão de crédito das compras de dezembro”.

3º – Para quem está em dia com as contas e vai às compras, a dica é comprar no mercado local. “Assim vai fortalecer o comércio, que vai gerar mais empregos e renda, melhorando a economia do Estado”. (A.G.G.)