Técnica difundida principalmente por séries americanas sobre o meio policial, a coleta de perfil genético em Roraima, para inclusão em banco de dados, atingiu 240 detentos do estado.
Em funcionamento desde abril deste ano, conforme a lei nº 12.654, o objetivo é alcançar todos os apenados que cometeram crimes hediondos como homicídios, latrocínios e estupros, e disponibilizar os dados no banco nacional. Até o momento, já foram incluídos 167. Destes, aproximadamente 40 são mulheres.
O processo é simples e feito pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Roraima. O material é retirado da mucosa bucal do detento e encaminhado ao laboratório onde o perfil genético é extraído. A partir daí, as informações são enviadas para o banco nacional para confronto de amostras em locais do crime ou nos corpos das vítimas.
Segundo Sttefani Ribeiro, diretor-geral do setor, havia uma meta estipulada para coleta de 400 perfis genéticos, mas só foram possíveis 60% do total. Mesmo assim, considerou o resultado como positivo.
“Nossa meta de 400 foi ambiciosa. Poderíamos alcançar este número, mas tivemos alguns percalços. É o primeiro ano, ainda estamos amadurecendo as rotinas e os procedimentos. Mas como diretor-geral, eu analiso de maneira muito satisfatória o desempenho dos peritos”, disse.
Ribeiro acredita que o método trará resultados significativos as investigações e destaca que em outros Estados, casos com mais de dez anos foram solucionados por meio da genética forense.
“Os resultados já estão aparecendo. O exemplo claro foi da menina “Rachel Genofre”, no Paraná, que foi estuprada, assassinada, esquartejada e colocada dentro de uma mala na rodoviária. O crime ficou insolúvel por onze anos e um apenado de São Paulo teve o perfil genético coletado e foi comparado com a amostra de esperma da época e o DNA deu positivo. Onze anos depois conseguiram solucionar o crime. É uma técnica que já está difundida no mundo inteiro com resultados excelentes. No Brasil, nós já começamos a ter 18 crimes de décadas que foram solucionados por meio da técnica da genética forense, que trouxe à tona os infratores e muitos deles já estavam no sistema penitenciário”, finalizou.
BALÍSTICA FORENSE – Ainda conforme Ribeiro, a partir do ano que vem será implantado em Roraima e no resto do Brasil o Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), que faz parte do pacote anticrime do governo federal. O objetivo do banco balístico é cadastrar armas de fogo e armazenar características de classe individualizadoras de projéteis e de estojos de munição.