Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a taxa de desocupação em Roraima chegou aos 11,2%, um aumento de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. São 25 mil pessoas desempregadas no Estado, um aumento de duas mil pessoas em relação ao segundo trimestre de 2017. No Brasil, a taxa já chega a 12,4%.
Das pessoas desocupadas, 19% são roraimenses de 14 a 17 anos. No grupo de 18 a 24 anos, a taxa chega a 24,8%. Já para as pessoas de 25 a 39 anos e de 40 a 59, o IBGE apontou que representam 10,5% e 6%, respectivamente.
Nas categorias de emprego, a população roraimense conta com 196 mil pessoas empregadas, de acordo com o IBGE. Desse número, 67,7% são empregados e 4,2% empregadores. As pessoas que trabalham por conta própria totalizaram 26,4% e 1,7% são trabalhadores auxiliares.
A taxa de desocupação de pessoas com o ensino médio incompleto foi a maior, com 18%, enquanto as com nível superior foi de 7,6%, a menor de todas.
RR tem o maior rendimento mensal da região Norte
Em comparação com os dados do ano passado, Roraima manteve a média do rendimento mensal acima de R$ 2.000. Região Norte calcula cerca de R$ 500 a menos (Foto: Wenderson de Jesus)
Roraima teve o melhor rendimento mensal da região Norte no segundo trimestre de 2018, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que, nesse período, o rendimento no Estado foi de R$ 2.167, superior ao mesmo período do ano passado, com R$ 2.040, um aumento de 6,2%.
Na região Norte, o valor se limitou a R$ 1.662. No entanto, em comparação com o primeiro trimestre deste ano, a renda roraimense foi menor. Nos primeiros meses, houve um rendimento mensal de R$ 2.254.
Em relação ao rendimento médio no país, no segundo trimestre, ficou em R$ 2.198, maior que os R$ 2.169 nos três primeiros meses do ano. Na região Norte, desde o ano passado, a média de rendimento mensal tem se mantido em torno de R$ 1.600.
Mesmo que os números possam parecer positivos, o economista Eloi Martins explicou que não houve nenhuma mudança na tendência do rendimento médio mensal no Estado, pois os resultados são um exemplo contínuo da formação econômica de Roraima.
“Tradicionalmente, em função da economia do contracheque, Roraima sempre foi um Estado na região Norte que teve o maior rendimento per capita. Então os dados que estamos tendo hoje do IBGE não trazem nenhuma alteração em relação à tendência que se construiu por aqui”, disse.
O economista salientou ainda que os dados coletados pelo IBGE não contam os trabalhos informais, sendo estes uma característica que vem crescendo nos últimos momentos gerados tanto pela crise econômica, quanto ao aumento populacional ocorrido dentro do solo roraimense.
“O IBGE leva em conta é dos trabalhos formais, portanto, está ligado diretamente aos principais setores da economia, que são a administração pública, o comércio, a indústria e a pecuária. Mas não leva em conta é a dinâmica do mercado informal. Sem dúvida, tem sido o principal foco de emergência, inclusive dos próprios venezuelanos”, apontou.
Martins informou ainda que o resultado do rendimento não quer dizer que o mercado de trabalho está favorável. Pelo contrário, tem se mostrado cada vez mais deteriorado por conta do expressivo número de pessoas pedindo emprego em Roraima e também no restante do Brasil. “Isso é um reflexo em que metade da população está locada em serviços públicos, que tem uma média salarial superior ao da iniciativa privada, então mesmo sendo um estado pequeno em comparação aos outros da região Norte, sempre vai ter esse rendimento superior”, comentou.
Sobre o tipo de ocupação procurado durante o período de crise, o empreendedorismo tem sido um deles, mas pouco reflete na economia do Estado. Martins apontou que o IBGE não contabiliza os empreendedores que não são devidamente formalizados, mesmo sendo uma tendência que tem ganhado cada vez mais adeptos. (A.P.L)