Cotidiano

33 indígenas vieram a óbito por Covid-19 em Roraima

Os dados são da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), divulgados nesse domingo (14)

Segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), divulgados nesse domingo (14), em Roraima foram registrados 33 óbitos de indígenas, em decorrência do coronavírus. Esse número representa 11,7% do total de 281 mortes por covid-19, entre os povos indígenas no país. Ainda conforme os dados, são 5.361 indígenas infectados e 103 etnias atingidas pela pandemia, entre eles os warao, da Venezuela.

Por conta disso, o coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (Cir), Enock Taurepang, afirmou que não estão descartados novos decretos de lockdown nessas regiões. Neste domingo (14), as comunidades da região da Serra da Moça anunciaram oficialmente ao conselho o bloqueio total por um período de 15 dias.

De acordo com Taurepang, além do Truaru da Cabeceira, a comunidade da Tabalascada, no município do Cantá, também informou à entidade o decreto de lockdown. A comunidade do Manoá/Pium, que fica na região da Serra da Lua, no município de Bonfim, também havia decidido pelo fechamento, porém um conflito entre os indígenas da localidade abortou a ideia.

O coordenador geral do CIR pontuou que, além dessas que avisaram oficialmente, outras comunidades optaram pelo lockdown, para conter o avanço dos números da Covid-19 nas áreas onde vivem os povos originários.

“Provavelmente todas as comunidades entrarão nesse bloqueio, porque essa tem sido uma saída bastante efetiva para minimizar os casos e manter nós, indígenas, recluso dentro das comunidades até que tudo se normalize. No caso específico do Truaru da Cabeceira, houve um consenso junto à comunidade, por conta dos casos suspeitos e confirmados naquela região, para suspender todas as atividades, inclusive as aulas”, declarou Taurepang.

A APIB – A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil é uma instância de aglutinação e referência nacional do movimento indígena no Brasil, que nasceu com o propósito de fortalecer a união dos povos indígenas, a articulação entre as diferentes regiões e organizações indígenas do país; unificar as lutas dos povos indígenas, a pauta de reivindicações e demandas e a política do movimento indígena; mobilizar os povos e organizações indígenas do país contra as ameaças e agressões aos direitos indígenas.

A APIB foi criada pelo Acampamento Terra Livre (ATL) de 2005, a mobilização nacional que é realizado todo ano, a partir de 2004, para tornar visível a situação dos direitos indígenas e reivindicar do Estado brasileiro o atendimento das demandas e reivindicações dos povos indígenas.