Dados do Ministério da Saúde apontam que a taxa de obesidade em crianças menores de 5 anos é de 4,58% em Roraima, conforme dados de 2019. Este número, no entanto, é menor que a média nacional (7,6%). Já entre as crianças de 5 a 7 anos a média nacional foi de 12,8% e ficou em 6,6% em Roraima.
De acordo com a nutricionista Karla Gavazza, gerente do Núcleo de Alimentação e Nutrição da Atenção Básica da Sesau, a portaria Nº 894 de 2021 do MS (Ministério da Saúde) vai reforçar o trabalho de prevenção e combate a obesidade e desnutrição infantil entre as famílias que integram o Programa Bolsa Família, especificamente no combate a obesidade e desnutrição em crianças com menos de sete anos e gestantes.
Por meio da portaria foi repassado R$ 1.089.057,00 aos 15 municípios do Estado para ampliação das ações de melhoria desses indicadores. “Essas medidas vão resultar no reforço da vigilância alimentar das gestantes bem como das crianças, medida fundamental porque a criança com excesso de peso tem grande risco de se tornar um adulto obeso e as grávidas que ganham excesso de peso durante a gestação também correm risco de evoluírem a obesidade após a gestação”, reforçou.
Lenir quer que escolas ajudem na prevenção à obesidade infantil
A prevenção e tratamento da obesidade infantil em escolas da rede pública e privada de Roraima são o foco de um projeto de lei protocolado pela deputada Lenir Rodrigues (Cidadani), na Assembleia Legislativa de Roraima e lido durante a sessão desta quinta-feira (15).
A ideia da parlamentar é que as crianças sejam incentivadas desde cedo a adotar hábitos que tornem suas vidas mais saudáveis, e recebam conhecimentos corretos sobre alimentação equilibrada e prática regular de atividade física.
O projeto é autorizativo, ou seja, o Governo do Estado não é obrigado a cumprir, mas pode adotar as sugestões da deputada para minimizar os impactos causados pela obesidade infantil na sociedade. “Uma proposta que consta na nosso projeto é uma avaliação real da merenda escolar, que pode e precisa ser saudável, com a inserção de verduras, legumes e até frutas regionais. Além do incentivo a atividades físicas motivando aptidões dos estudantes durante todo o ano letivo”, comentou.
Lenir disse que a instituição da lei vai servir também para regulamentar algumas iniciativas isoladas já existentes. “Uma proposta que fazemos, por exemplo, é que as instituições públicas e privadas realizem as avaliações físicas nos alunos a cada seis meses, além de testes de antropometria, entre outros que ajudem a diagnosticar a obesidade”, disse. Para ela, atividades simples, como a inserção do tema em reuniões de pais e mestres, e a realização de encontros trimestrais com a participação de médicos, nutricionistas e psicólogos que possam orientar e incentivar a reeducação alimentar.
Projeção
A Organização Mundial de Saúde estima que até 2025, o número de crianças obesas no mundo pode chegar a 75 milhões. No Brasil, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos, conforme os critérios adotados pela OMS para a classificação de obesidade infantil. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que uma a cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso.