Cotidiano

40% dos profissionais de segurança pública deixam o tratamento psicológico

De acordo com a coordenadora do Centro de Qualidade de Vida do Sistema de Segurança Pública e Prisional, psicóloga Darlim Mezomo, 40% dos profissionais de segurança pública que são atendidos no setor deixam o tratamento antes do tempo.

O Centro funciona na Academia de Polícia Integrada, no bairro São Pedro, e foi criado para atender os profissionais da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, agentes do sistema prisional, agentes de trânsito e guardas municipais.

Segundo Darlim, é feito um teste nos profissionais durante as palestras de estresses para verificar se estão em algum nível que é definido por três fases: estresse de alerta, de resistência, quase exaustão e exaustão. “A gente aplica o teste, a pessoa ver que está com o estresse porque a gente chama e explica. No entanto, apesar de o profissional saber que está com estresse, muitas vezes ele não continua o atendimento”, lamenta.

Por conta dessa postura, a coordenadora explicou que o Centro passou a usar o ‘termo de recusa’ aos policiais e agentes que deixam o tratamento. “O termo é que a pessoa diga que ela está ciente que precisa ter o atendimento, que ela precisa ser tratada, mas ela não está querendo ser tratada”, explica.

Ela ressalta a importância da continuidade do atendimento junto aos profissionais habilitados, pois uma pessoa tratada ainda no estado de estresse de alerta ou de resistência pode evitar maiores transtornos.

“Quando chega numa fase da exaustão, ele já não tem mais domínio da sua própria atitude, de seus próprios atos. Age só impulsivamente, daí é complicado voltar atrás, depois de estar numa situação dessa de extremo”, analisa.

Como uma das medidas para inibir ocorrências relacionadas a violência policial e doméstica, a governadora Suely Campos determinou a implementação da Ouvidoria da PM, criada no ano de 2004, mas que nunca funcionou, pois não chegou a ser regulamentada por gestões passadas.

O assunto foi discutido durante uma reunião da governadora com a cúpula da Segurança Pública do Estado.

“A Ouvidoria é um canal menos burocrático e por isso mais rápido, com o qual o cidadão poderá contar e esperar providências mais imediatas, visto que assim que registrado o problema, a equipe tem por obrigação dar encaminhamento. É preciso cumprir os prazos e gerar os resultados para o qual ela foi criada e até hoje não ativada”, declarou o comandante da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves.

Na avaliação do coronel, o funcionamento da Ouvidoria será também uma ferramenta a ser utilizada pela PM para “ouvir a população sobre a atuação da Polícia Militar de Roraima e ajudar a melhorar esse trabalho à serviço da sociedade”.

O comandante se comprometeu ainda com a governadora para buscar um espaço fora do quartel da PM, para transferir a Corregedoria e para que a equipe passe a trabalhar de maneira independente.

“Vamos colocar a Corregedoria fora dos limites dos quartéis e colocar apenas policiais especializados para atuarem lá de maneira independente, garantindo um melhor acesso à população e um trabalho mais célere e isento”, explicou Gonçalves, garantindo que esta é uma das medidas que garantirá o andamento dos procedimentos que avaliam a conduta dos policiais da corporação.

OUVIDORIA

Criada no ano de 2004, a Ouvidoria da Polícia Militar tem a finalidade de constituir o canal de comunicação da sociedade e do público interno com a instituição, devendo receber informações, encaminhá-los aos órgãos responsáveis e acompanhar as apurações, e adoção de medidas para, se for o caso, resolução dos problemas registrados. A intenção do comandante da PMRR, Dagoberto Gonçalves, é colocar o novo organismo da corporação para funcionar ainda este ano.

CORREGEDORIA

A Corregedoria da Polícia Militar funciona em caráter permanente, para proceder, instaurar e acompanhar procedimentos apuratórios em âmbito penal militar, administrativa, ética e disciplinar, que envolva integrantes da corporação, na forma prevista em legislação peculiar e específica.

Atualmente a a Corregedoria funciona na sede do Comando Geral da PMRR, localizada na avenida Capitão Ene Garcez, 1.769 – Novo Planalto.

Fonte: Secom/RR