Cotidiano

50 mil fazem refeições fora de casa

Além de preços acessíveis, pessoas que adotam essa prática dizem que a praticidade é o principal motivo

Em Boa Vista, nenhuma instituição ou órgão tem dados sobre quantas pessoas comem fora de casa. Contudo, um levantamento feito pela equipe de reportagem da Folha na última semana, indica que pelo menos, 50 mil boa-vistenses almoçam em restaurantes durante a semana. O motivo é quase sempre o mesmo: praticidade.Na capital, a diversidade de restaurantes contribui para atender a variedade de público que procura esse serviço. Mais ainda, dentre os de grande, médio ou pequeno porte, cada um procura oferecer refeição de qualidade. 

Além da variedade de estruturas e cardápios, alguns estabelecimentos apostam em preços populares para atrair a clientela. Em um dos locais visitados, a refeição é vendida a R$ 5,00, fato que surpreende muitas pessoas.

Durante o levantamento, foram visitados cerca de 10 restaurantes. Para definir o perfil de cada um, foi observado o espaço para atendimento e o cuidado na elaboração do cardápio. O intuito era averiguar o ambiente, variedade de pratos, preços e, junto aos consumidores, os motivos e a frequência com que comem fora de casa.

No Centro, está a maior concentração dos restaurantes chamados de grande e médio porte. Um desses considerados de grande porte está há mais de 10 anos em funcionamento e tem capacidade para atender mais de 200 pessoas.

No espaço, o cliente opta por comer no local ou fazer a marmita para levar. Em ambos os casos, o valor da refeição depende do peso e o quilo se aproxima dos R$ 50,00. Por dia, 200 refeições são servidas. Além da variedade de saladas, o cliente conta com área de churrasco e outras opções de carnes.

Ainda no Centro, mas com capacidade para atender até 20 pessoas, a reportagem visitou um restaurante que trabalha com prato feito e marmitas. O preço varia de acordo com a carne desejada, podendo custar de R$ 12,00 a R$ 15,00.

Independente de o espaço ser menor, o número de refeições servidas por dia se aproxima do restaurante de grande porte. Para o cliente Sebastião Batista, o motivo das vendas é o preço e a qualidade da comida.

Em uma semana, Batista almoça até quatro vezes fora de casa. Na maioria delas, o restaurante é o mesmo. “Tem gosto de comida da casa de vó, além de preço convidativo. Comer fora de casa não significa gastar muito e aqui é perto do meu local de trabalho”, informou.

Rumo à zona sul da capital, a equipe percorreu restaurantes nos bairros São Vicente e Treze de Setembro. Um deles, no São Vicente, tem capacidade para atender até 200 pessoas. Há seis anos em atuação, e funcionando seis vezes por semana, o estabelecimento fornece buffet self-service para comer no local, sendo cobrado o total de R$ 43,90 o quilo, e marmitas pelo valor de R$ 14,00.

O decorador Fabrício Bríglia é um dos que optam por almoçar fora de casa. Para ele, além da praticidade de não precisar cozinhar ao chegar em casa, vale o tempo que tem durante o intervalo de almoço.

“Quase sempre eu almoço fora, o que me dá tempo de sobra para voltar ao trabalho. Pra não enjoar, procuro comer em locais diferentes, mas esse é um dos que venho com frequência”, falou.

Ainda no São Vicente, a população encontra vários restaurantes que apostam no self-service sem balança. Nesse caso, o cliente escolhe a carne disponível no dia e fica livre para se servir dos acompanhamentos. O espaço comporta até 30 pessoas e vende, por dia, cerca de 100 refeições ao preço de R$ 15,00.

Seguindo a mesma linha de self-service sem balança, um restaurante no bairro Treze de Setembro, próximo à Rodoviária Internacional de Boa Vista, fornece até 200 refeições por dia durante o almoço e a janta, apesar de também comportar até 30 pessoas no local. Com preço médio de R$ 15,00 pela refeição, o cliente pode optar pela marmita para não comer no estabelecimento.

Além da refeição padrão, que inclui salada, carne e acompanhamentos, o cardápio inclui ainda sopas e panelada ao preço de R$ 10,00 cada. No local, a equipe constatou a presença de motoristas, famílias e turistas. Conforme a responsável pelo local, não há um perfil padrão de clientes, tendo em vista a constante movimentação próxima ao restaurante.

O cenário é semelhante na zona leste. Com exceção dos restaurantes que trabalham com comida a quilo, a população conta com assadões e self-service sem balança. Nos assadões, a principal pedida é o frango completo pelo preço médio de R$ 25,00, acompanhado de baião e farofa. Nos estabelecimentos de comida sem balança, o preço médio gira em torno de R$ 15,00 por cada refeição.

Na zona norte, um restaurante de grande porte que funciona há mais de 25 anos chega a fornecer 500 refeições por dia entre buffet, delivery e marmitas. Para quem come no local, o preço da refeição é calculado a R$ 49,70 o quilo. Para deliverys e marmitas, o preço gira em torno de R$ 20,00, com todo o cardápio elaborado aos cuidados de uma nutricionista.

As opções são variadas para quem decide comer no local. Além da tradicional churrasqueira, a clientela conta com uma espécie de ilha de saladas, com mais de 15 opções, comida japonesa, três ilhas quentes, opções de carnes e acompanhamentos e área de massa fresca. Para quem escolhe a massa, o prato é montado na hora, a partir dos ingredientes selecionados pelos próprios clientes.

Para o militar José Antônio Barroso, a praticidade é o principal motivo de ir ao estabelecimento. “A maioria das vezes eu almoço aqui, outras vezes levo pra casa. Mas de modo geral, eu sempre procuro o mesmo lugar, até porque eu conheço a comida, o preço e tudo me agrada”, contou. No local, a equipe verificou que a prevalência de clientes se resume a famílias, apesar de constatar outros perfis.

PREÇO MÉDIO – A partir da pesquisa realizada junto aos estabelecimentos, a reportagem calculou o preço médio de uma refeição na capital. De acordo com o resultado, uma refeição gira em torno de R$ 15,00. (A.G.G)