Cotidiano

Abrigo de imigrantes recebe doação de pacotes de macarrão instantâneo

Empresas se uniram para fornecer alimentação mensal para os estrangeiros que vivem no abrigo instalado no Ginásio do Pintolândia

A situação dos venezuelanos indígenas que residem no Centro de Referência ao Imigrante (CRI), localizado no Ginásio do Pintolândia, zona oeste da Capital, motivou o Grupo Parima e a Nissin Food Brasil a iniciarem uma ação beneficente durante o almoço desta quinta-feira, 5. Por volta de 11h30, os imigrantes receberam um almoço feito com os macarrões instantâneos e os primeiros 2.500 pacotes para uso próprio. A quantia será distribuída mensalmente no local.

O diretor presidente do Grupo Parima, Antônio Parima, disse que a parceria conta ainda com a Diocese de Roraima e a ONG Fraternidade, que vão atuar de forma intercalada na distribuição dos pacotes. Em um mês, 2.500 pacotes de macarrão instantâneo serão entregues à Diocese, que vai ser a responsável por distribuir. No mês seguinte, a ONG Fraternidade recebe os pacotes e realiza a distribuição.

Parima informou que o almoço oferecido aos imigrantes foi feito com o próprio macarrão instantâneo, a fim de mostrar que é possível utilizar o produto de diversas formas. “Eles não gostam de macarrão puro, então a gente veio mostrar que eles podem comer o macarrão com ovo, com calabresa, com ou sem o caldo, e com carne, como fizemos hoje, além de outras formas”, disse. A distribuição será realizada por tempo indeterminado.

O venezuelano Eduardo Paez, de 49 anos, considera a atitude importante aos imigrantes, tendo em vista a dificuldade que muitos têm encontrado para conseguir trabalho. Natural do Estado de Monagas, ele explicou que chegou a Roraima no dia 18 de junho e decidiu organizar toda a documentação necessária para arrumar um emprego, no entanto, ainda não obteve sucesso. Pelo pouco tempo no Estado, o venezuelano acredita que a falta de domínio na língua está dificultando a procura.

Natural da mesma cidade que Paez, o venezuelano Javier Pérez, frisou que tem sofrido preconceito durante a procura de emprego na capital. Junto ao irmão mais novo, ele declarou que nunca imaginou passar pela situação atual, mas que atitudes de solidariedade permitem que os venezuelanos não estejam em um lugar pior. “Hoje nós almoçamos bem e garantimos mais comida, só podemos agradecer”, disse. (A.G.G)

CRI – Redário é montado para indígenas

Uma estrutura está sendo montada no abrigo do Ginásio do Pintolândia, na zona oeste, destinada para os índios que vivem no local. O tenente Troster, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Roraima (CBMRR), informou que a estrutura será utilizada como redário pelos indígenas venezuelanos. O trabalho começou na quarta-feira, 4, e está previsto para encerrar na segunda-feira, 9.

Segundo o tenente, a montagem da estrutura é proveniente de uma ação conjunta entre a Igreja dos Mórmons, que está cobrindo os gastos, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). A estimativa é que cerca de 128 pessoas possam utilizar o redário. Além disso, Troster disse que colchonetes poderão ser utilizados embaixo das redes, considerando a presença de pais e filhos, a fim de que possam se acomodar e continuar próximos.

Desde a semana passada, o Centro de Referência ao Imigrante (CRI) também está contando com 20 barracas da Defesa Civil. Para a próxima semana, as outras 12 serão montadas na área externa, totalizando 32 barracas. O tenente relatou que, em média, cada barraca tem oito pessoas. “A gente preza a divisão por grupos familiares. Então tem a vantagem de ter uma certa privacidade, além de deixar mais organizado”, pontuou. Atualmente, o CRI abriga 500 imigrantes, aproximadamente. (A.G.G)