Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) coletaram material para exame de sorologia do gado de uma propriedade localizada no Município de Normandia, região Leste do Estado, a aproximadamente 190 quilômetros de Boa Vista, na semana passada. Os animais apresentaram ferimentos na língua, que é um sintoma da febre aftosa, no entanto, o resultado do exame de sangue revelou que se trata de parapoxvírus, comum no país.
Neste caso, a própria condição clínica do animal é responsável pela cura dessa doença. A virose não traz prejuízos econômicos aos criadores nem risco à saúde humana. A carne pode ser consumida sem riscos de contaminação. A propriedade foi interditada até que o resultado de sorologia fosse concluído.
Após perceber algumas anormalidades na língua do gado, o proprietário solicitou que amostras de sangue dos animais fossem recolhidas, temendo se tratar de doenças como a aftosa, capaz de arruinar o rebanho em dia, por este motivo convocou agentes da defesa agropecuária para fazer análise da condição de saúde dos animais.
As doenças com características vesiculares que são compatíveis com febre aftosa, em geral, causam preocupação aos criadores e principalmente aos técnicos de inspeção e monitoramento dos bovinos, por isso o material foi enviado às pressas para o laboratório de referência nacional, em Pedro Leopoldo (MG), com o objetivo de diagnosticar comprovação ou descarte da doença infecto-contagiosa, além de evitar perdas no rebanho e nas vendas.
O parapoxvírus se alastra pelas quatro regiões do Brasil e é transmitido pelo contato entre os animais e não causa danos significativos à saúde e manutenção do rebanho, conforme explicou o diretor substituto de Defesa e Inspeção Animal da Aderr, Kleber Farias. “Essa é a terceira vez que os casos de parapoxvírus aparecem. Fizemos uma recolheita do material para ver se os anticorpos aumentam ou diminuem. Se eles aumentarem, é porque a doença está ativa. Como não aumentaram, então o diagnóstico daquele problema é a virose, que não tem nada a ver com febre aftosa. É bom deixar claro isso porque houve boatos, mas foi descartado desde o primeiro exame”, reforçou.
Ele esclareceu que não há tratamento para o vírus. A cura do rebanho acontece de forma natural e não traz malefícios graves. O sistema de defesa animal deve ter sensibilidade suficiente para detectar as doenças de forma precoce. (J.B)