Cotidiano

Aderr intensifica fiscalização após suspeita de aftosa na Venezuela

Equipes da Agência de Defesa Agropecuária inspecionam todos os veículos que trafegam pela fronteira

Após a informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre suspeita de febre aftosa na Venezuela, que faz fronteira com o Brasil no município de Pacaraima, região Norte de Roraima, a Agência de Defesa Agropecuária (Aderr) intensificou a fiscalização sanitária. Conforme a instituição, mais de mil veículos são pulverizados diariamente e, além disso, nenhum animal ou produto derivado de animais pode entrar no Estado.

“Cidades da região central da Venezuela possuem animais contaminados com doenças vesiculares, ou seja, trata-se de uma área propícia para o desenvolvimento da febre aftosa. Por conta disso, o Mapa nos pediu para que intensificássemos as fiscalizações”, informou o diretor do Departamento de Defesa Animal da Aderr, Haroldo Trajano.

Segundo ele, as equipes inspecionam todos os veículos que trafegam por ali, uma média de 1.300 por dia. “Hoje, com a barreira fechada, esse número caiu para aproximadamente 400 automóveis. No mais, também realizamos fiscalizações volantes na BR-174, no trecho próximo a Pacaraima, durante todos os períodos do dia, inclusive à noite e de madrugada”, destacou.

Além da desinfecção e pulverização dos veículos, as equipes da Aderr estão realizando o monitoramento de nove propriedades de fronteira, na Venezuela e no Brasil. “O monitoramento da saúde dos animais criados nestes locais deve ser constante, por isso as propriedades são inspecionadas a cada dez dias”, complementou Trajano. Os veterinários verificam se existem sintomas da aftosa nos animais, que aparecem na língua e nas patas.

Qualquer animal ou produto de origem animal vindo da Venezuela, como lácteos e carnes, está proibido de entrar no Estado. “A recomendação sanitária do Mapa é proibir a entrada de produtos agropecuários e animais no Brasil, pois trazem consigo o risco de veicular o vírus da febre aftosa aqui. Nem mesmo os cães estão entrando no território brasileiro”, acrescentou o diretor.

Trajano disse que as medidas podem parecer rígidas, mas são necessárias. “Roraima está alcançando o status de livre da febre aftosa. Já faz muito tempo que queremos erradicar a doença no Estado, por isso estamos realizando este trabalho. Não podemos correr riscos”, afirmou.

O alerta sanitário começou no dia 10 de dezembro, assim como a intensificação da fiscalização. A previsão é que a ação continue até o dia 10 de janeiro, quando será concluído o diagnóstico laboratorial das doenças vesiculares. “Iremos aguardar, e se for preciso, o prazo será prorrogado. Por enquanto, as equipes permanecem em alerta na fronteira e a gente vai continuar fazendo o monitoramento nas propriedades”, concluiu. (B.B)