Quem quiser transportar frutos hospedeiras da Mosca da Carambola dentro do Estado terá que obrigatoriamente ter a Guia de Transporte Vegetal (GTV), concedida por técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr). A decisão foi publicada por meio de portaria e tem como objetivo aumentar o controle e o combate à mosca da carambola no Estado. O treinamento da equipe e o cadastramento dos produtores terá início pelo município de Mucajaí. Os demais municípios serão atendidos numa segunda fase.
À Folha, o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcelo Parisi, explicou que a medida passa a valer a partir da próxima semana, depois que os técnicos forem capacitados para emissão da guia.
“A emissão da GTV será feita inicialmente apenas em Mucajaí. Depois, em todos os 32 escritórios da Aderr espalhados em todos os municípios do Estado estarão aptos a emitir a guia”, disse.
O chefe do Núcleo de Certificação Fitossanitária, Marcos Evangelista, explicou que o início desse trabalho será apenas para os produtores do município de Mucajaí, pois embora esteja livre da mosca da carambola, grande parte de seus produtores utilizam a rota por dentro do município do Alto Alegre, que está em quarentena e proibido de exportar frutos, para chegar a Boa Vista.
“Vamos abranger todo estado, mas o início dos trabalhos será na região de Samaúma, em Mucajaí, que embora seja uma érea livre e esteja sob controle da praga, os produtores passam por dentro de uma região que está em quarentena, que é o Município de Alto Alegre. Mas se os produtores optarem por passar pela BR 174, direto para Boa Vista não será necessário a guia”, disse. “Isso é uma alternativa da Aderr, em conformidade com a lei, para amenizar o sofrimento destes produtores que saem de Samaúma para vender os produtos em Boa Vista e, para não passar em Alto Alegre, aumentam o consumo de combustível se vierem pelo Apiaú e BR-174”, afirmou.
A GTV é muito semelhante à GTA (Guia de Trânsito Animal) já existente na Aderr e que serve para o transporte de animais dentro do Estado.
“É o mesmo sistema. O produtor vai cadastrar a propriedade no sistema da Aderr, o técnico vai ao local para conferir a produção, tamanho da produção e a data em que será colhida. Quando for trazer a produção para a venda terá que passar no escritório mais próximo e tirar a GTV de forma gratuita e assim poder transportar até a comercialização”, afirmou.
Entre as espécies vegetais hospedeiras da mosca da carambola, as principais são: caju, manga, taperebá, acerola, muruci, araçá-boi, pitanga, goiaba, goiaba-araçá, ameixa-roxa, jambo-vermelho, carambola, sapoti, abiu, tangerina, laranja-da-terra e pimenta-de-cheiro.
Parisi explicou que só será permitido o transporte, mesmo com a GTV, nos municípios que estão livres da praga, que são parte sul de Boa Vista e Bonfim, Mucajaí, Cantá, Caracaraí, Iracema, Rorainópolis, São João da Baliza, São Luiz do Anauá, e Caroebe.
“Os demais municípios estão em quarentena e não podem exportar frutos”, afirmou.
Para transportar frutos para outros estados, será necessário a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO) e ao passar na barreira sanitária será emitida a Permissão de Trânsito Vegetal. (R.R)