A adolescente de 15 anos filha de um policial militar, que disse que teria sido estuprada no bairro São Francisco, zona Norte, no dia 16 passado, mentiu. A delegada Jaira Oliveira, titular do Departamento de Proteção da Criança e do Adolescente (DPAC), confirmou ontem, para a Folha, que o estupro não existiu e que a garota teria inventado a história porque estaria com problemas psicológicos.
Após a alegação do crime sexual, a delegada disse que escutou a adolescente, que passou a contradizer-se nos depoimentos. Depois, ela passou a evitar falar com a polícia sobre o assunto. “Ficou constatado que ela se autolesionou nos braços e pernas. As características do suspeito também não batiam. Então, a adolescente decidiu contar a verdade para os pais. E a mãe dela veio aqui e nos disse que a filha inventou toda a história”, relatou a delegada.
A polícia também fez a perícia nas imagens da câmera de segurança da casa da jovem e constatou que ela não saiu de casa no horário em que alegou ter sido estuprada em um terreno baldio no cruzamento das ruas Souza Júnior e Agnelo Bittencourt.
No dia do episódio, vários carros das polícias Militar e Civil se deslocaram à zona Norte da cidade atrás do suposto estuprador. Um homem suspeito ainda chegou a ser detido, mas logo foi liberado. Durante a entrevista de ontem, a delegada tranquilizou os moradores do bairro São Francisco, descartando a hipótese de haver um maníaco sexual na região.
A delegada adiantou que o caso está praticamente encerrado e que será encaminhado à Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ). A adolescente pode responder pelo artigo 340, que é a comunicação falsa de crime. Ela pode passar de um a seis meses cumprindo medida socioeducativa. (AJ)