Como em toda profissão, o momento de encarar o mercado de trabalho após o final do curso é de apreensão e ansiedade. Na advocacia, pode até demorar um pouco mais, porque os bacharéis em Direito só podem atuar como advogado e advogada após a aprovação na segunda fase do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Mas as dificuldades não param por aí, e ainda podem incluir no investimento de recursos financeiros na estrutura de escritórios, captação de clientes e conhecimento de sistemas eletrônicos.
Nessa hora, as sugestões de quem já está há um pouco mais de tempo atuando na área podem ajudar. A professora da Universidade Federal de Roraima (UFRR), advogada e vice-presidente da OAB Roraima, Clarissa Vencato, por exemplo, orienta os formados a procurar conhecer os sistemas eletrônicos de peticionamento. Outra dica da advogada é sobre a cobrança de honorários. “É importante que se observe não apenas a tabela de honorários, mas a complexidade e peculiaridades da causa, sempre buscando orientação junto a colegas mais experientes para saber como estabelecer um valor justo que valorize a profissão e o grau de zelo empreendido”, pontuou.
O advogado civilista, Márcio Deodato, sugere que essa preparação para o mercado de trabalho comece muito antes da aprovação no Exame da Ordem. Para ele, uma parceria com escritórios já consolidados é uma alternativa para ajudar no momento em que estiver com a carteira da OAB. “Muitos acadêmicos deixam para pensar nessa questão após o término da aprovação do exame, mas aí já entra no mercado largando atrás nessa corrida. O ideal é que esteja no mercado ainda quando estiver na faculdade para ter essa bagagem que a advocacia exige, para até mesmo ter o seu próprio cliente e compreendendo melhor sobre honorários”, analisa.
Rodolpho Morais, conselheiro federal da OAB Roraima, vai mais longe e observa que os novatos precisam analisar a possibilidade de abrir uma sociedade uniprofissional ou investir numa carreira de sócio dentro do escritório em que já atua. Segundo ele, se a intenção é se tornar sócio é necessário avaliar questões como afinidade entre os associados, bem como os critérios estabelecidos para remuneração, os custos e lucros que serão compartilhados.
Por outro lado, Morais destaca que as vantagens de ter uma sociedade unipessoal começa pela facilidade para ter um CNPJ, passando pela economia tributária e facilidade na prestação de contas. “É fundamental ter planejamento para obter excelência no serviço prestado, portanto, nesse modelo haverá dificuldades para atender múltiplos casos e ainda criar estratégias para se destacar e organizar sua estrutura administrativa”, concluiu.