Cotidiano

Aeronave de pequeno porte desaparece

No Cessna de propriedade do governo, além do piloto, estavam um socorrista do Samu e duas mulheres, uma com bebê e outra grávida

Uma aeronave de pequeno porte, que seguia decolou da Vila Santa Maria do Boiaçu, no Baixo Rio Branco, localizada no Município de Rorainópolis, Sul do Estado, desapareceu no domingo, 26. O avião fazia a remoção de uma paciente que apresentou complicações pós-parto. A bordo estavam o piloto, o técnico em enfermagem socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a paciente, a criança recém-nascida e uma acompanhante grávida de nove meses.
Na manhã de domingo, o médico responsável pela Unidade de Saúde Rosa Vieira, localizada na Vila Santa Maria do Boiaçu, solicitou ao Samu a remoção da paciente que ainda estava com a placenta colada ao útero após o parto realizado na noite anterior.  Então, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) solicitou da Casa Militar uma aeronave para transportar a paciente, pois o acesso ao local só é possível por via aérea.
O avião Cessna, U206G, matrícula PP-FFR, pertencente ao Governo do Estado de Roraima, deixou a Capital em direção ao Sul do Estado por volta das 9h15, sob o comando do piloto identificado apenas como Nonato e o técnico de enfermagem Anderson Teixeira.
A paciente, que seria encaminhada ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth para realizar procedimento cirúrgico, e sua acompanhante embarcaram acompanhadas da equipe de resgate. A aeronave decolou às 10h15 e desde então não chegou ao seu destino final, o Aeroporto Internacional de Boa Vista.
Familiares do piloto relataram que ele entrou em contato antes do retorno à Capital, informando que a aeronave apresentava problemas no alternador e no rádio responsável pela comunicação com a torre de comando. Apesar dos problemas relatados, o retorno a Boa Vista foi autorizado.
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, o chefe da Casa Militar, o coronel Amaro Júnior, informou que acionou a equipe da Aeronáutica para realizar as buscas. “Os trabalhos iniciaram às 7h e irão continuar até o final da tarde, quando o sol se pôr. Caso não seja encontrado nada, as atividades serão retomadas no dia seguinte”, frisou.
Amaro destacou que as informações oficiais serão dadas pela Polícia Militar após o fim das investigações. Ressaltou que nas redes sociais estão sendo divulgados apenas boatos. “Vamos aguardar para que tudo se solucione da melhor forma possível. Até que o salva aéreo dê um posicionamento, eu não tenho como informar a real situação”, explicou. Por volta das 16h de segunda-feira, representantes da Sesau e do Samu se reuniram com os familiares do técnico de enfermagem Anderson Teixeira para detalhar a situação.
O pai de Anderson, o militar aposentado Pedro Teixeira, relatou que a família está aflita à espera de informações. “Queremos que as buscas sejam intensificadas. Não aguentamos ficar sem notícias, pensando que algo pior possa ter ocorrido”, disse.
O irmão do socorrista do Samu, o técnico em refrigeração Emerson Teixeira, relatou que os familiares estão indignados, pois o retorno da aeronave foi autorizado apesar dos problemas relatados pelo piloto. “Como é que deixam um avião nessas condições levantar voo? As autoridades assumiram um risco ao autorizar a decolagem”, disse.
FAB – A assessoria de comunicação da Força Aérea Brasileira (FAB) informou que um helicóptero Black Hawk e uma aeronave C-105 Amazonas, oriundo de Campo Grande, foram empregados nas buscas pelo Cessna.
A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) do Governo do Estado para pedir informações em relação às buscas pela aeronave, mas informou que as autoridades irão se pronunciar apenas após o fim das investigações. (I.S)